quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Verso escrito com pimenta

Poesia suculenta
Não se prova com talher
Se prova com polenta

Meu verso só alimenta
Quem ousa experimentar
Verso escrito com pimenta
Na parede paladar

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Passa Anel

Bom,
Se fossemos um jogo
Eu seria o Resta-Um
Você seria a Forca, sério sua louca
Tentei de todas as formas, com todas as letras
descobrir sua palavra-chave
Mas quem sabe, sabe. E eu sei que talvez
Você só quisesse o seu número no topo dos meus favoritos
Esses desejos são os mais bonitos, mas..
Pensando bem,
Talvez sua palavra fosse um número
É, eu sou péssimo com datas, minhas estórias são chatas
E minhas cantadas tem rendido frutos amargos,
Nosso amor leve, se tornou um fardo
Escrevo com cuidado
Seus detalhes são um Campo Minado
Que eu descrevo em verso
Sem nem mesmo ter pisado
Aliás, me orgulhando de ter tirado
Aquela sua lingerie Amarelinha
Na noite em que você, toda gata
Enfiou o Pé na Lata e quebrou as regras
Foi uma noite de Pega Pega
E pra surpresa de quem invadiu o quarto
E nos viu sem a roupa que o rato roeu
Nosso jogo, como Adoleta, quem saiu foi eu
Depois de colocar tudo na balança
e depois na gangorra...
Aceitei que figurinhas repetidas podem sim
completar um álbum
Mas ele não ficaria tão bonito...
Foi nosso fim, rude
Repartimos nossa coleção de bolinhas de gude
Tirei de campo meu time de futebol de botão
Falando em botões, abotoei minha camisa
Que a senhorita havia desabotoado
Arrumei minha Cama de Gato
E vi a roda do meu carro rodar, como Ciranda
Pra longe da tua varanda...
Criei um novo jogo
Seu Mestre se Manda!
Cansou de ser Escravo de Jó
E como não sou Estátua
Vou fazer a Dança da Cadeira com outras garotas
Quero te ver dançando também
Pra que que não fiquemos nesse vai e vem, que nem ioiô

sábado, 31 de outubro de 2015

domingo, 25 de outubro de 2015

Linhas nos descrevem...

Te quero do meu lado
Com um sorriso largo
Em um barco apertado
Pra desfazer meu fardo
Sei que caminho é árduo
Sou do tipo que marca
E não à toa me chamam de Marco
Vim pra marcar
Com a unha o vinco do papel
Pra sublinhar estrelas no escuro do seu céu, da boca.
Mais do que louca no objetivo
Me chamando de um apelido no diminutivo

Me senti viva ali morrendo de saudade suas
Com uma vontade de fugir correndo pelas ruas
Sem novidade, na verdade você tem, mas não conta
E sigo sempre esse GPS que me aponta
Teu travesseiro e teu cabelo como Norte certo
E eu longe de tudo pra poder te ter por perto
Mas volta e meia, volta e meia, nossos olhos cruzam
As mãos congelam e paralelo à isso corações acusam

Você nega, aplicando a arte que domina
E eu sonhando até tarde com você menina
Faço um alarde e chuto o balde pra inspirar a escrita
Pra te tirar da parte que minha arte sempre cita
Ancoro em Marte e minha mente reparte a gente
Covardemente linhas te descrevem novamente...

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Tempo e Espaço

Sinceramente
O tempo não passa quando você não está aqui
E cada vez que os ponteiros se cruzam no meu relógio
Eu sinto vontade de sentir novamente os olhares da gente
Se cruzando e criando um laço que eu não posso partir
Seus cinco minutos de atraso hão de ser pagos à prazo
Pra que inspirem meus traços falar sobre ti
Pra ti eu confesso, queria saber que seu dia é pensando em mim
Teu relógio é digital e o que deixa mal
É saber que minha digital esta longe do seu rosto
E que o tempo acelera pra gente, afinal
Ontem era carnaval e hoje, novamente, é Agosto
E se o tempo quisesse?
E se Deus concordasse e parasse o ponteiro?
Pra que você me abrace, e o amor transformasse
Cada segundo em primeiro
Eu ti beijaria cada hora do dia
De hoje pra eternidade
Pro ponteiro subir devagar
E descer em baixa velocidade
O motor do relógio da vida é o amor
Eu dou corda, amor, eu dou corda
Pra que gire em cada coração
Valorize a ação de quem te transborda
Se eu fosse sua pulseira
Agarrado em ti de segunda à segunda-feira
Marcaria segundos, minutos, horas, dias e meses
Só não marcaria bobeira
Te levaria ao cosmo mais escuro
Onde onde a luz do Sol não consegue chegar
Lá não existem dias o agora é eterno
E os dias nunca irão passar
Seus anéis seriam Saturnos
E sua grinalda um véu estrelar
Pra que na cauda de algum cometa
A cauda do seu vestido possa dançar

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Sonho de Leite

Chega acordei emocionado
No meu sonho, meu sonho realizava
Deus criava uma vaca que dava
Leite condensado...

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Não é de amor (Trecho)

Me prendendo aos detalhes da cena
Em que sua lingerie virou algema...

"Filhos virgens, filhas livres!"

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Estou um milhão...

Esses são os imprevistos que estavam na minha programação
Estou sempre um passo à frente. Não! Estou um milhão...
É assim que trabalho versos, folheados...
Para comermos com as mãos, recheados
Sou alérgico a poesia chata, essas feitas pra comer
com garfo e faca de prata
Gostos dos guardanapos de papel
Que rasgam quando molhados
Pois me mostram quando exagero
E escrevo versos alagados...

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Algum dia de Setembro de 2013...

Linda,
Suas flores não são pra velar o Inverno
São pra celebrar o Verão
Tim já cantou o que sinto
E ela indo...
Beleza que não se compra com cédula
É poesia em cada pétala
É muito mais, é prima!
Pólen no coração que dissemina a canção
Em frases de auto-estima e de auto-estimação

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Cá, lendária!

Acordei no Domingo e, antes de beijá-la, peguei um timbrado e anotei:

Sua cara de sábado à noite
faz minha segunda de manhã
valer uma tarde de sexta...

Ela continua odiando quando eu priorizo a escrita...

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Beijo no começo, meu endereço é o fim...

O beijo dela é vento que traz chuva
É o dia que trai a Lua e faz o parto do Sol
É o arco do barco onde enrosca o anzol
Onde perco as estribeiras, as beiras e os beirais
Me faz Rei e vira Às

Rapaz...
Se eu contar você não acredita
Ela é a flor mais bonita
É o calor da, e o suor da, tampa da marmita
Seus lábios são uma poesia que só seu beijo recita

domingo, 20 de setembro de 2015

NOTA

Hoje foi divulgado o resultado do Concurso Nacional Novos Poetas 2015, pra surpresa de quem verificou as 2.306 inscrições de todo o país, Espaço Especial, primeira poesia publicada neste blog, ficou entre as 250 que serão publicadas no Livro do concurso, previsão pra Dezembro, com tiragem de 5.000 exemplares.

Para garantir desde já seu exemplar desta lindíssima coletânea de poesias contemporâneas e atemporais, autografada pelo autor mais arrojado deste blog, envie e-mail para marcos1gria@gmail.com com o título "CNNP 2015" para mais informações.

Gratidão aos envolvidos e congratulações aos inscritos/poetas.

Poesia Viva!

Aproveitando o gancho, quem estranhou o número, ZERO, de publicações esse mês, estamos tentando entender uma nova tacada que já está pronta, bruta, mas aguardando tempo pra lapidação! Ainda não temos data e nem previsão, resta aguardar.

"Filhos virgens, filhas livres!"

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Ladrona de Ladainha

Não, não, não...
Não, eu nunca falei o nome de outra garota ao pé do seu ouvido
Duvido que se falasse o perdão fosse concedido
Sem arrependimento, foi o calor do momento
E dizem que quarenta graus é suficiente pra aquela mocinha ali
Tirar toda sua roupa e passar aqui desfilando e, coincidentemente
Parar, graciosamente, bem onde eu já estava olhando

Pensou que eu estava dormindo?

O jeito que ela toca com a boca, a boca da lata
Por coisa pouca não mata minha chata curiosidade
Se eu escrevo até mais tarde e ela arde na madrugada
E se por coincidência ela ardesse na minha casa, na nossa casa...

Já chega, seu colo cala meu pranto e se canto é pra ti cantar
No entanto já não me espanto se manco ao tentar dançar
Seu passo é dois pra cá, meu passo é dois pra lá
E por capricho do destino, onde o menino foi pisar?
No calo de teu trabalho que lustra atalho pra voo
Essa atmosfera densa condensa o condensador
Meu verbo é condicionador
Dá condição ao teu cacho
Onde agarro, sou cabra macho
Mas me preocupa teu tchau
Finjo não estar legal
Mentira vira argumento
Você fica mais um momento
Fingindo cair na minha

domingo, 30 de agosto de 2015

Se lembro, Setembro, Trabalho

Plenamente assustado
É que se eu arco com um fardo
Que jamais arcaria
C'um mês de trabalho árduo
Transformo esse cargo
Em mera porcaria

Se houver destaque ela volta
Essa meretriz que me escolta
Não desfoca meu logo
Solta que a rota me segue
E só vai vencer quem consegue
Ter disciplina no jogo

Já que a ganância é um fada
Quem vem com status de Prada
E uma adaga na beca
Cada palavra ainda é cada
E ter carteira assinada
Não faz parte da minha meta

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Amor Cardiovascular

Nossa única regra era não ter regras
Mas eu infringi essa regra
E pelo que você alega quando a gente briga
Todo aquele frio na barriga
Virou frieza no olhar
Desculpe, mas eu não posso te enganar
Você já foi minha prioridade
Hoje, é uma parte
E quando você parte
Toda aquela saudade
Já não faz questão de me visitar
Quando fecho os olhos te escuto xingar
Não que eu seja inocente
Mas no auge das minhas desculpas
Toda a nossa culpa
Esfriou o amor entre a gente
Não que eu seja indecente
Mas só seu teu corpo caliente
Consegue nos reanimar
Amor Cardiovascular
Meu prato preferido ainda é uma bandeija prata
Com você, toda gata, me chamando pra ir deitar
Eu nunca fui tão cachorro
Não cacei sarna pra me coçar
Eu só escrevi minha prosa
Igual um Pit Bull com uma rosa
Querendo te namorar

Arte AUDIOCLAN/Fabiano Tubaína
Capa do Disco "MINHA CULPA" de 2013

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Ponto Cruz

Dobrei sua língua cumprida
Com as unhas marquei a dobra
Pra dar sentido a minha obra
Em teu corpo desabafei
Teus ouros me fazem rei
Fui perdão que clamei no púlpito
Teu beijo me faz só súdito
E o que sou já não sei
Descaso com a tua peixeira
Que afina a nota terceira
Pro doce cantar tristonho
De um Sabiá Laranjeira
Que salva a sede na seva
Revesa a vez na tocaia
Quer rede e areia da praia
Deixe-me ir à Gandaia
Disse Pasárgada
Meu verso insiste cantar
Teu copo insiste brindar
No entanto nosso brinde ao meu canto
Só o faz cair e quebrar
Peça perdão...
Veja que pode juntar
É o som quadrado
Que sai de um redondilha
Seu verbo nu é minha ilha
Sua ilha nua é meu lar

Tem coisa que nem o amor pode explicar

Aliás,
Volte dois passos
Ponto Cruz
Dois passos, ponto
Retome o ar que meu conto
Vai terminar de contar

Seu abajur é minha salvação nas noites que não tem energia
Porque é com ele que eu danço
E é com ele que eu canso
Ele me dá o que você não daria
Uma madrugada inteira de alegria
Sejamos francos
Seus passos de dança são mancos
E quando tenho certeza que chegaremos lá
Você me escapa pelos flancos

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Gravei!

O "Eu te amo" matinal que eu te disse você até indaga
Mas a tattoo na sua pele do meu poema você não apaga!

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Pornofonia

Um tapa na bunda do pandeiro, um beijo na boca da gaita...
E meus dedos fazendo fricção na cuíca
Cuidado, essa música é polêmica
O que toco no piano é massagem
A nota C no meu caderno é coragem
Meu cavaco pede cafuné
Sopro provocações no ouvido da flauta
E o som do orgasmo dela é a nota mais alta
Brinquedinho é nosso xilofone
Sua nota Fá nunca me fá...ria menos homem
Vim ver o seu trompete dar RÉ
E paga... a dívida de outra mulher!
Explico o formato do meu violão
Encaixar perfeitamente na sua coxa quente
e sentir o frio da sua mão
Do meu lápis saem suas redondilhas
E quando o grave falhar
Nascerão nossas filhas... 
Mi e Fá...

domingo, 16 de agosto de 2015

Perdi as contas

Hoje enterrei uma pá no passado
Cavei pro lado errado
Encontrei fósseis de períodos dóceis
Fiquei perturbado

Hoje criei o oitavo pecado,
pela nona vez.
Mas assumo pra vocês
que talvez esteja contando errado

Se desce um, vem quatro, vai quatro
A regra é simples
Ela nos faz tristes
E o jogo é jogado

sábado, 15 de agosto de 2015

Chá Comigo

Ela é borro de batom na minha Taça Tulipa
Pro Zé ela é Kryptônia. Pro Clark, Criptonita
E se o assunto for chá, eu posso apostar, ela é o de fita

Eu sou o borro de batom no batom da boca dela
A cacofonia fervente num chá quente de canela...

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Eu vinho pra ficar...

Pelo pecado de verbo
Pronunciado sem tato
Herdo sentado um teto
E um amor mal amado

Crivo na pele uma prosa
Para que possa provar
O doce do suco da boca
É que me vai saciar

Sede de água do mar
Cedo para despedida
Sedo pra ver o grasnar
Da minha ave querida

Uma luz vermelha que gira
Pouco telhado, um cometa
Neologia aspirada
Inspirada de uma caneta

Estou virado de ontem
Contem quatro madrugadas
E só verão que contém
Verão e poucas geadas

E por poucas namoradas
Virei um mero detalhe
Uma folha branca pra afagos
Mas fadas podem ler braile

Furo na guela pra que ela respire
Traqueostomia
Cravina tapa a marca
Marca que eu não taparia

Minha vida é marca e vinco
Afinco na declaração
Vou descompondo um poema
Entre vinho, queijo e pão

domingo, 9 de agosto de 2015

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Crédito Clínico

Acumular dinheiro vai ser nosso ponto certo
Para que tenhamos caixas de problemas com afeto
Amor, e só amor, vai ser o clichê de cada ato
Veremos a carência ofuscando o porcelanato

Olhe nos meus olhos e diga o que está engasgado
Só pra perder pra sempre a chance de ter ao seu lado
O afago mais alheio, o "Eu te amo" mais genérico
E de ver acordar contigo o Alerta de Risco Bélico

Meu peito clama livre arbítrio, nessa trama grana é grade
Mas pra te deitar em Bali hei de abster da liberdade
Te apresento aos meus sonhos, pra frente, prosperidade
Até o olhar retroativo jamais sentirá saudade

E na verdade o que me faz crer que essa filantropia
Causa azia e só pode ser um gás tóxico
São os próprios Doutores da Alegria 
Que só surgem após o diagnóstico

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Dez por cento

Noventa porcento dessa bosta é porcaria
Tem quem goste, dependendo da proposta eu leria
E pra sua alegria, faria o que fosse preciso
Legislaria capítulo, artigo, parágrafo e inciso

Reviso a concordância
Plena adequação me causa ânsia
E volto à esquina da infância
Onde o beijo da menina, não serotonina, era a substância

Voltando um mês atrás
Meu relógio pede mais
Mas o vergo na minha pele
Transforma mademoiselle em capataz

Refugo dos meus carmas ancestrais
Tatuados em meus pesadelos
Onde eu ancore e não possa ver o cais
Orgasmo é só um souvenir da paz


sexta-feira, 31 de julho de 2015

Voogais

Minha lapiseira faz letra de mão
É trem de pouso quando ouso
Fazer da escrita, Pista de Aviação

É um voo longo, pra perto
Hospitaleira, destino certo
Ditongo Aberto

Uma pergunta adequada
O treinamento de selva
Na madrugada

A aula dada, a nota
A prova corrigida
E voo triplo na minha vida

terça-feira, 28 de julho de 2015

Fábrica de Poesia Aquarelada

E pediu a Deus pra que eu não tivesse pesadelos
Como se não me fizesse bem tê-los

As pálpebras cerradas
Pra que eu finja não ver
Que deixar você
Foi uma escolha errada

Minhas lágrimas do seu choro banham a madrugada
Transformam agonia em poesia aquarelada

Meu coro tem sua grafia
Meu corpo se arrepia
Quando lembro nosso beijo lento
Aquele santo dia

Menina, amarga cada sílaba
Escrevo, cara feia, boca torta
Poesia morta é a que não se dá
Bem...
Com um momento alheio
da vida de alguém-de-saco-cheio
Meu Bem
Seu beijo tem recheio, se tem
Abuse e me lambuze também

Contextualizando
Com texto alisando
Já que só comando
O percurso da caneta deslizando

Seu vício me tragando em meio a fronha
Então avise o mundo que esse verso imundo
É tudo pra quem sonha

Meu sonhos são as facas adocicadas
Deixe meus pesadelos que eles são os garfos de pegar salada

Existe
Tem gente que põe no prato
Tem gente que insiste
Tem gente que quando não tem salada fica triste
Tem gente que é agridoce, e meu verso não resiste
em te dizer

"Garoto da minha vida, essa noite
eu tive um pesadelo com você!"

domingo, 26 de julho de 2015

Anote

Estava aqui pensando
"Educação" é plural
Se fosse singular seria "Educaé"

Acervo Pessoal

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Boca do vento

O frio soprou
                      pro cobertor
                                          que nada aquece mais
                                                                              que o amor

terça-feira, 21 de julho de 2015

Nota extraída da vida de uma tábua de carne

Extraí um poema da tábua de carne
Pra que reencarne o armamento da minh'alma
A fim de que a sua desarme

Canto que meu Santo é Daime
Vim fazer um Time já que quando você chegou
I was already fine

Aposto minhas notas nas notas do seu violão
Pra compor canções respostas, minhas costas não violarão

Meu traço é plenitude, altitude é longe de chão
Não pra embalar um amor raso, pra embalar um AMOR RAZÃO

Groove é o ronco do estômago que não dorme por nada
Rasga uma valeta no céu, Maquiavel não é maquiada

Se cada palavra é cada e saudade é todas juntas
Na Democracia, Sócrates. Ela é o "Cáli Cicuta"

domingo, 19 de julho de 2015

Declaração de Calote!

Um rasgo no verbo logo um poema escorria
Eu, lerdo, vendo que o inverso do verso é disenteria

Já sinto o cheiro, guria. Pro seu azar eu estudo
Na minha biologia o que saia era adubo

E pro azar de quem via e torcia pelo capote
O tombo rebaixaria a maldita nota de corte

Eu, forte no remo, depeno o verme frangote
Sorria e ela explicava a anatomia da glote

Note que engasgo se minto e sinto que não mentiria
Se a verdade te trouxesse uma prece eu faria

Ainda que tivesse a Lua e sua alvura no dia
Sem o clarão dos seus olhos, olhe, eu nada seria...



NOTA:

Santana de Parnaíba, 19 de Julho de 2.015.

             A quem possa interessar.

        A Equipe Jurídica do Blog Resenha Cínica vem através deste, informar que nem o Autor e nem o selo literário Ponto Parágrafo, do qual o blog é membro, são coniventes com a violência cometida contra animais ou outros quaisquer seres vivos. Quando o autor -arrojado, sagaz e charmoso, diga-se de passagem- aproxima os termos "depeno" e "frangote", ele usa, e abusa, de licença poética para dar vida as palavras e criar ligações psíquicas nos devaneios dos leitores, em nenhum momento usa de sua influência ou persuasão para instigar seu público a desenhar ou realizar depilação em aves.

                                                                                                       Poder, com moderação, aos frangotes.

Resenha Cínica- Departamento Jurídico
Selo Literário Ponto Parágrafo
Marcos Hungria - C.E.O

sábado, 18 de julho de 2015

terça-feira, 14 de julho de 2015

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Mas Mais!

Meu amor
Não é o maior amor do mundo
Contudo é o mais sincero

O tempo passou
Você já não é a mais linda
Mas é só você que eu quero!

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Garapa Escrita

Contrário ao compondo estou
Cenário nesse chulo ser pra é

Desnecessário, pois é
Escapulário não fundamenta minha fé

Eu já nem sei se minha fé, na jornada
Movimenta a montanha,
ou se a falta de fé da montanha a mantém parada

Tire minhas cicatrizes e eu não sou nada
Tire o alter ego da Fera
E volte à Era da Pedra Lascada

Cada poema é uma unha encravada
E suas linhas são palmilhas de Vinil
Que as mantém apertadas

Eu sou o verso que nasce letra e morre desenho
Implora socorro!
*É que "Morro" é verbo de onde venho

Componho Cachaça de Engenho, Garapa Escrita
Doce melado na boca, embriaguez que recita.

*Trecho inspirado da obra de Allan Dias Castro

segunda-feira, 15 de junho de 2015

(Mais) Uma noite

Ela posou de biquíni na neve
Sem lembrar que me deve
Mas aposto tudo,
se ela não gostar é blefe

Sei que o traço é marco
E ela no barco é fogo
Eu nado se naufrago, e quando flagro
Naufraguei de novo

Seu lábio é pingo no meu copo
Sal na minha tequila
Seu peito no meu peito
É efeito que desfibrila

Ela é a Fé quando o Senhor cochila
É a vez dela então donzelas desfaçam a fila

Ela é a curva quando o vento faz a curva
Ela é o Magma da Terra e a Gota de Chuva

É meu pecado sem perdão
Meu céu e meu serão

Ela é sustância do argumento
Quando meu talento é ostentação

Ela é correção gramatical
Minha rima que não combina o fim da vogal
Já foi minha poesia, hoje é meu sarau
Minha ignorância parafraseando o BUM de um paraFAL

Ela é nota de corte de unha nas minhas costas
Ela é pergunta alternativa mas com justificativa nas respostas
Ela é tímida que me intimida e se mostra
Ela é aposta no vermelho 7 que multiplica por 17 minha aposta

terça-feira, 9 de junho de 2015

Amigas de amigas...

Um bate bola na orla
Eu e a camisa do Barça
Então me solta
Que notei que seu amor
É uma farsa

Eu sou do tipo que escreve
De amores verdadeiros e curtos
Contudo dá pra notar
Que meu amor tem azar
E que meu azar é sortudo

Escolho cara e perco
Escolho coroa, ai a moeda ganha
Escolho a integridade
E, com maldade,
Sua amiga me assanha

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Um doce pro coração

Acho que a liberdade da poesia independe da liberdade do poeta
Mas uma coisa é certa, somente quando cria
O poeta depende da liberdade da poesia

Falo dos seres mais livres do mundo, que se prendem
Quem se preza, separa rima de reza
Eu não separo, nada, coloco tudo numa folha bem untada

E a receita é um doce pro coração...

domingo, 7 de junho de 2015

Cara...

Cara,
Ela é uma flor
E eu te aconselho
Regue-a com amor

Sabe a sementinha?
Como eu queria que fosse minha
Não é olho gordo
Jamais, cada amor é um porto

E do teu lado é terra fértil pra ela
Ela é uma flor, radiante, amarela
Enraizada no teu peito
Ali, pra ela, é perfeito

Sabe, não um "Mal-te-quer"
É elogiá-la quanto mulher
É notá-la entre o buquê
Ela faz isso quando te vê

Ela não é só Caule
Ela é Pétala, Pólen
Pedúnculo, Receptáculo
Ela é um espetáculo

E gosta do teu Sol
Gosta do teu calor
Cara,
Ela é uma flor

sábado, 6 de junho de 2015

Beijo do Anjo

É que às vinte pras três eu entrei em composição
E tua mansa voz cessou minha decomposição
Fale com os olhos e escutarei com o coração
Fale com a pele e escutarei com a palma da mão

Já são mais sete e esse jogo de escreve e rabisca
Me faz peixe livre no mar a trabalhar pela isca
Sou o caco, a corda, o bêbado, o equilibrista
Tu és o Sal, é a Serra, o Mar, a Terra e a Vista

Então contemplo, entro e boto meu rosto em teu colo
Preparo o voo, te beijo, aceno, te deixo e decolo
Volto e te peço, te cerco, te amo, peco e consolo
Tão violenta que procriamos sem protocolo

Sou desse jeito meio gênio meio leigo sem escrúpulo
Distribuindo flores roubadas de um velho túmulo
Vim pela coligação não pela ação de acúmulo
Levando o fardo de acordar com o gosto amargo do lúpulo

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Rango

Me sentindo o Lagarto Rango
Escapando por pouco, debaixo dos carros
Louco, suei na terra, escorreu, virou barro

As ações me fizeram e fazem
Ás na manga, distância da margem

Pergunta e resposta, alternativa errada
Cada um cada, e a estrada me criva
Curvas e um coração à deriva

O mundo priva você. Dá o privê de bandeja
E ainda não sabe se lacrimeja ou se crê?

Plante os joelhos no chão
Leva a boca ao pó
Talvez assim, bem no fim, haja uma salvação

quinta-feira, 4 de junho de 2015

terça-feira, 2 de junho de 2015

Me chamo "Poesia"

Tem gente que tem nome de apelido
Aqui cito Amelie, Josie e, principalmente, Guido
Pro meu filho favorito, já tenho nome escolhido
Pra que viva de AMAR  hão de chamá-lo AMARildo

E pra que seja um bom marido
Será o príncipe da Ana
Que carrega até no nome
O finalzinho da semana
Imagem por/ Folha Fatimense
Arte por/ Resenha Cínica

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Abrolhos

Pra que eu possa navegar
Entre as estrelas do mar
Quem sabe tê-las em teu corpo
Onde eu possa tocar

Amar
Até que o coração fique farto
Ou até que seu batom
Manche as velas do meu barco

Com o vermelho mais rubro
Te devoro, te estudo
és tudo é

Meu coração vagabundo
Em tudo vê pares
Naveguei Sate Mares, à sóis

Até Abrolhos, pra que teus olhos sejam faróis

domingo, 31 de maio de 2015

Justificando beijos

Minha paixão é estenografada
Meu peito murmura
Mas não fala nada

A cura é alma pura
Pra uma vida mal amada
E seu eu multiplicasse por dez
O que que tenho
Ainda assim, sem amor,
Não teria nada

Na virada em que notei
Que poetas não são exemplos
Pois limitam, com palavras,
Cada um dos sentimentos

Minhas melhores não escrevo
Sinto que devo compartilha-las
Cada beijo que te dou
São poesias em migalhas

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Varal Divino

E Deus pendura a roupa que
Lavamos na noite passada
São as gotas que caem na Terra
Eita chuva abençoada!

terça-feira, 26 de maio de 2015

Konfusão

Quando me aqueço
Cera pinga e vira letra
Meu tato já não difere
Se é vela ou se é caneta

A sobra de luz, assombra
E teima que a vida assopra
Mas cobra quem tira onda
afronta ou inventa moda

Na roda dessa ciranda
Comanda quem bem cantar
Demanda de quem não escreve
Mas risca pra relatar

domingo, 24 de maio de 2015

Acerca de nós II

Ela é uma Louca de Pedra
Eu sou Pedra no Sapato

                            Ela é Selfie no Insta
                            Eu sou Álbum de Retrato

                                                 Ela é Clarice- De Todos Loucos do Mundo, sou Dalsin- Contra Mão
                                                 Eu sou Pimenta e Cominho, ela Sazón de Limão

Ela é Quinta na Descida
Eu sou Subida no Grau

                           Ela é Terra Notícias
                           Eu sou Banca de Jornal

                                                 Ela é Texto Justificado, Eu, Nota de Rodapé
                                                 Sou Long Beach em Português. Ela é Itacaré

terça-feira, 19 de maio de 2015

Órfão de Si

Nenhuma
       escolha é
             boa quando
                   se tem que
                          escolher entre
                                passar o Natal
                                      com a Mãe
                                            ou com o Pai.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Na noite que plantei canções

Um sopro de espírito
Sangra a boca da flauta
Nessa noite minha pauta
É tocar a nota mais alta

Em uma altura em que
a partitura quebre
E eu veja Claves de Sol
Indo ao Sol num Grand Jeté

Ainda falei pra você
É minha vela, manche!
E Virgínia Rodrigues, autorizada
Mandou descer toda falange

Obaloaê. Transforme
em Malê de Balê
Eu fiz tocando o céu
Deixe o que impede, descer

Vim pra jantar teu amor
Entre teus beijos de trufa
Me leve alto até que
nuvens virem pantufas

Menina,
Seu canto nina meu pranto
Notas são netos, certo disso
Em ti habita o melhor que planto

quinta-feira, 14 de maio de 2015

"Que sua arma atire flores"

Meu coração não cabe no teu mundo
Por muitas vezes me confundo 
e deixo a poesia me escrever em verso
No meu sonho te seco e te inundo 
Com um poema oriundo 
de onde se nasce flor e morre-se botão, 
é um serão inverso

Teu perdão enterrei no sal grosso
Daqui pra frente viveremos a Guerra Nupcial
E se insiste em beber do poço, que seca
Não hei de condenar quem peca
antes de afogar-se nesse sal

Uma sesmaria separa os dois lados do meu peito
Contudo, deito e sinto Anjos se afogando em mim
E se compondo encontro respeito
Crivo em meu leito um memorando
Agradecendo a cada Querubim

Ao contrário de você
Comecei a morrer no dia em que nasci
Até que li João e entendi a preposição do filho
Essa canção é arma  na minha mão
mas, pela salvação, eu a desengatilho.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Abella

Tua caneta não tem ponta
                       Tem ferrão
            Pobre de mim que
            Só percebi quando
  A senhorita anotou o fone
                   na minha mão...

domingo, 10 de maio de 2015

Meu ciclo

Sou sistemático
ao ponto não conformar-me
em morrer em outra data
que não seja a do meu aniversário

Essa pulga de findar ciclos
ainda vai me matar

É um círculo linear
Ideia direta

Um traço que deixa dois centímetros de vácuo
Dá total liberdade para escrever, ali no vácuo,
o que bem entender

Não que eu tenha medo de que alguém,
mal intencionado,
possa me descrever

Não que...
eu não confie em ninguém

É que eu não confio em mim
E minha sombra também

Sou psicótico
Minha mão nunca confiou
no meu indicador

Ela acha que ele e as escolhas erradas
Tem um caso de amor

Eu não acho nada

E única coisa que me agrada
mais que um sábado de calor
São dois sábados calientes
Com a serra em minhas costas
E a praia na minha frente

Eu findo meu ciclo na onda
Que vai, vem, volta, fica
Que traz alguém que estica o papo
Pinta, borda, enche o copo
Frita, pica, petisca
e suja o prato

Eu canso de ser "eu de fato"
Então essa semana
Serei "eu de Havaianas"

Não é patrocínio
Se quer, paga a a condução
É que eu abuso, não acuso
Mas recuso imitação

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Vai que...

Guardei na minha gaveta
Tua escova de dentes
Vai que tua boca resolve
Dar outra chance pra gente

Guardei no meu guarda-roupas
Teu lindo e velho pijama
Quem sabe teu corpo resolve
Dar outra chance pra minha cama

Guardei entre meus rabiscos
O verso que te dedico
Vai que você não volta
Ai eu troco o nome e publico...

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Acerca de Nós

Eu sou Tragédia
Ela é Comédia Romântica

                          Ela é Centrífuga e Amaciante
                          Eu sou Tanquinho e Cândida

                                                           Ela é Balada de Terça, Vodka e Água de Coco
                                                           Eu sou Poeta, Caseiro, Atleta e Santo do Pau Oco

Ela é Dama
Eu sou Peão de Xadrez

                         Ela é "Felizes pra sempre"
                         Eu sou o "Era uma vez..."

                                                            Eu sou Espaço Rap. Ela é Tomorrow no Maeda
                                                            Nós somos música e nossa acústica é labareda...

domingo, 3 de maio de 2015

segunda-feira, 27 de abril de 2015

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Poesia de bolso

É que abrigo o mundo em meu bolso
E assim obrigo o mundo a gritar, mas finjo que não ouço

Meu tímpano tem um pano filtra o meu redor
E separa o que me faz bem do que me faria melhor

Admito que repito o que me agrada
E evito conflitos por cargas d'água

Na verdade da fonte que bebo brota
E faz fonte cada mente que a toca

Cada língua vira flecha
Cada brecha vira linha
Cada raio vira dia
Cada abraço vira cama
Cada beijo vira cofre
Cada toque vira chama

Cada um planta o que colhe
Cada um sabe quem ama...

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Dê-os II

Meu EU TE AMO é grande demais para suas aspas
Mas desistir de você seria desistir da minha metade boa

Será que você não se toca que quando eu te toco nossos corpos trocam?

Se eu fosse você parava de fazer jogo duro, estou te dando mole garota
E toda sorte do mundo é pouca, pra que nessas escadas da vida
Minha boca torne a escalar tua boca

O seu agudo, pontiagudo, estourou meu ego inflado
Meu ponto de referência, hoje, é o seu make borrado
Coisa de quem tem dois lados
O de dentro e o de fora, que quase não existe de tão apertado

Eu realmente trago todos os problemas do mundo pro travesseiro
Mas não são nada que não se perca quando seguro nos seus cabelos

Minha razão é profunda
Sua emoção é rasa
E a porta da minha casa
Já sente saudades suas

Meus dedos digitam teu número
Meu prazer é efêmero
Meu despertar é retrógrado
Meu livro é um filme sem gênero

Meu peito livre é enfermo
Minha poesia é um termo
Meu barco odeia meu remo
Meu verso vive num dreno

Enfim, tudo vai bem por aqui, e aquela sua mensagem, eu li
Chorei, me afoguei em lágrimas, sorri e ai respondi

Se eu fosse a Ave Fênix
Morreria água do mar
Só para nascer novamente
Sempre que você chorar

Talvez não pela minha morte
Seria egoísmo bruto
Mas vamos mudar de assunto
Que juntos vamos à Marte

Então fique até mais tarde
Que lhe mostrarei meu início
Compus essa com Vinícius
Para que talvez um dia
Como faço imaginar
Por descuido, ou poesia
Você goste de ficar

E aquela rosa roubada, que lhe dei e tu esqueceu
Mora junto ao bilhete que teu lápis, de olho, escreveu

Aposentei o teu livro, que nem terminei de ler
Era um tal plano de ataque, pra quem só fez defender

E se quer mesmo saber, não existe amor vão
Tudo é complementar, minha seresta e seu serão

No meu peito há uma fresta
Que as vezes vaza poesia
E assim, tudo que me resta
É o amor que perdi um dia

E olha só meu pessimismo
Jantando o que componho
Mas pobre é quem não tem sonho
E sei que estou nos teus
Essa noite falei com Deus
Só pra mudar o sentido
É que ele sempre tem dito
Pra eu dizer o que omito
Não minto, é que aqui não cabe
Mas tolo eu sei que seria
Se ousasse mentir um dia
A quem pergunta o que sabe
Sempre o escutei quieto
Meu dialeto é o silêncio
Mas quando falo o que penso
Perdões alagam meu lago
Amar nunca foi pecado
Meus graves são suas chaves
Abrem teu corpo fechado
Entrega-te ao meu afago
Quando giro a maçaneta
Escorre da minha caneta
Algo que insiste escrever
Nas curvas da tua silhueta
O que me avermelha dizer

Seria fugir do tema
É que meu teorema inunda
Já são cento e vinte partes
E essa ainda é a segunda

Mas findo e nisso sou bom
Dom de quem trata a eternidade
Pra compor em demasia
Poesias até mais tarde

sábado, 11 de abril de 2015

Linhas e Sons

Desatei nós dessa linha da vida
Minha querida nos veremos
Quando positivo for o balanço da vida

Sua alameda é minha avenida
Que ainda dobra mas me cobra
Quando custo encontrar saída

Entre as esquinas do seu labirinto, guio pelo que sinto
Sua certeza me deixa inseguro
Esse é o pretexto já que no silêncio
Eu minto sobre meu futuro

E meus metais serão anéis
Somente quando só teus pés
Levarem-me ao lago
Em que teu afago toque-me em Jazz

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Camila

Ainda moro na noite passada
Onde sua pele quente tatuou a gente
Na nossa roupa amassada
Seria Outono a nossa oitava data?
Em uma nota nossa rota nos faria
Mas, infelizmente, não nos levaria à nada
Risquei seu nome da minha lista de ex-namoradas
Anotei no topo do poema
Dei quarentena ao capítulo
O depositei na conta
De uma poesia que nasceu sem título

(Curto tiro pelo risco de esquecer o futuro do blog enquanto trabalho duro no disco)

domingo, 22 de março de 2015

Na pista da minha manga

Ela posou na manga do meu terno
Eu disse
-Chica. Isso justifica o nosso medo do inferno

Minha letra é borro na tua seda
Teu fogo é labareda

E nosso jogo vale uma viagem que não chega

O seu decoro é estouro no meu edredom
Me revigoro quando ancoro nesse mar marrom

Que morram coerências, enforquem-se nas certezas
Para que a beleza tenha consciência
E minha paciência te traga realeza

Ao contrário do que frisava
Não precisava de preza
Mas minha pressa te atrasava na conversa

Então a hora é essa
A hora é essa...

Adiantei o meu relógio
Mas não adiantou
Ela pousou na minha manga
Mas já decolou

Agora dos traços faço linhas
E nos espaços deposito minhas
Esperanças vencidas pra que outras vidas
Cruzem a nado o que o cajado decretou milagre
Se fosse só por arrependimento não choraria vinagre

sexta-feira, 13 de março de 2015

Crespo

Crespo, meu cabelo é crespo!
Duro é aguentar sua ignorância...

Disponível em 10/03/2015. 21h01
Maira Ellyne

terça-feira, 10 de março de 2015

Nota sobre Sexo

Hoje ter teu consentimento para sexo não me faz
Agora o eterno e teu sexo com sentimento...

Ponto Parágrafo
Resenha Cínica

quinta-feira, 5 de março de 2015

Zica no Saleiro

Parei de completar o saleiro
pra ver se essa zica passa
Vou esperar ele esvaziar
para que eu possa lavar
deixá-lo ao Sol secar
por sal grosso no fundo
com sal fino completar
por três grão de arroz agulha
e num instante tampar.

domingo, 1 de março de 2015

M(inh)atemática

Naquele dia procurava a escotilha da sociedade
Mas encontrou somente a do bonde na cidade

Parecia pouco
Parecia curta para tanta angustia coletiva

Parecia louco
É pouco maluco, dramas de uma mente criativa

Irresponsável
Inclusive pelo que cativa

Seus olhos atraem o mundo
Mas a atração o priva

Quem conduz acende a luz e ofusca a saída
Mas ele é do bem, há porém
Nem sempre esta de bem com a vida
O céu que o cerca por cima
Parece maior que o céu
que o cerca pelo lado
Não é só perspectiva
É que uma mente criativa
Sabe que o mundo é quadrado

Faces seis
Oito pontas
Paralelas próximas
No plano que me inspira
Planitudes ótimas
Ponto Parágrafo
Resenha Cínica

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Passe, passe, chute.

Mas é que minha cabeça grande gira
Se faz ausente nas sentenças
E ejacula recompensas no cesto da guilhotina

Não beba dessa fonte minha menina
Não me verão no front
É que estarei onde ocultam as ideias que essa letra dissemina

Minha trilha hoje corre nas esquinas
Até gritam meu nome
Mas não matariam minha fome investindo na minha firma

Dois toques é bobo, dois toques aos bobos
Liderança e organização
Quer ver a rebelião? Jogue-me aos lobos

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

AHS #1

Ela tem ranhuras no ego, cicatrizes com o formato dos frutos de seu ventre. Seus dedos, bonitos e tortos, tocam semblantes como plumas ou chamas jamais tocariam. Leva no ombro direito os acertos da sua história, e no esquerdo todos os desacertos da história da humanidade. Ela é metade mãe, metade pai. Quando os Querubins temem a ineficácia das orações, encontram na fé dela combustível para seu credo. Tem cheiro do gostinho de fruta direito do pé. E por falar em pé, talvez seus pés sejam o centro gravitacional da Terra. Talvez o que faria o planeta se perder na imensidão cósmica das galáxias não seja tão importante, quanto a importância, de ela estar inserida ali, bem naquele exato pedacinho do macro-cosmo. Talvez a Terra seja um satélite dela. Algo me faz crer que Deus anota cada palavra que ela pronuncia e acrescenta juros para cobrá-la no Dia do Juízo, para assim, talvez, equilibrar o balancete, ela tem créditos com Deus. Suas parábolas dariam uma Bíblia. A natureza encontrou na sua "pressão-baixa", uma forma de compensá-la por todas as vezes que a cobrou ações tão precisas em momentos de tanta pressão. Seus carinhos são abstratos. Ela é a flor que ainda resta do Jardim do Éden, sim ela é testemunha do pecado e cúmplice do amor. O Sol só nasce quando morre de saudades dela. Ela motiva exércitos a abaixar suas armas, levantar suas cabeças e pedir perdão sem que se sintam culpados, pois quando ela caminha causa guerras. Tenho uma foto com ela, e acredito que essa seja a única que foto que eu realmente tenho. As estrelas brilham para chamar sua atenção e fracassam. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Notas de um No Show

Eu nunca me senti bem nesses portos seguros
É que os barcos tem âncoras, coisas que recuso carregar
Prefiro aviões, eles não tem âncoras
E talvez meu porto seguro seja um hangar

Disponível em 22/02/2015. 20h33
Plane Talking Live

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Segredos confiados, nem tão sagrados assim...

A sanidade é o parapeito
pro suicídio do meu conceito
Sem todo aquele respeito
Serei direto e direito
Minha alma sente fome
De coisa que só a alma
de gente indecente come
Com pouco de alecrim
O paladar da minh'alma
É refinado e fundamentado
Fadado a fundar no fim
Um portal onde o começo
carregue um adereço gravado
"Comece assim"
E contenha as instruções
Medidas e precauções
Para que saibam curar
Os males dos corações
E os mares que tenho navegado
Já tem me sanado indagações
Aquelas colocações
Que trago desde o pré
De que homem só é homem
Se mulher for só mulher
E se essa é a discussão
Eu coloco meu facão
E brado aqui pra você
que não é um facão qualquer
Pra não fugir do clichê
Boto também minha colher
Meu garfo, minha cocada
Meu copo de água gelada
O anel da minha namorada
E meu disco do Zezé
Não meta sua vassoura
Já que aqui a menina é livre
Inclusive pra gostar da professora!

Deixe de ser bobo...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Da série: Blasfêmias de um crente

E vendo, em seu único caminho, parada uma víbora questionou ao Senhor:

-Não tens, pai, piedade dos que creem e tinham este como único caminho à salvação?

E o Senhor o respondeu:

-Vê como a víbora dorme diante teu caminhar e não sente ao solo a vibração de teus passos? Mesmo sendo-a grande e peçonhenta nota que se quer mexe-se oferecendo-lhes risco? É esse meu milagre.

Carregará a cruz trazendo em si, assim como eu, a espada. Em vida cumprirá a missão que lhe foi despejada, mas somente em morte estará eternamente fiel ao meu lado.

Compreendo o milagre Senhor.

Disponível em 16/02/2015. 08h48
Concurseiro Solitário

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Quando você respira brasa

Quando você respira brasas
A casa do REI vira um sobradinho
Construído com pedras
apanhadas no caminho

Da casa pro trabalho
Do trabalho pra casa
Ela fala de contas
Ele fala de contos
Ela apara pontas
Ele prepara as asas

Ele a tem consigo
Ela o quer pra si
Amizade colorida
Vermelho Lingerie

Laranja Por-do-Sol
Branco de Esperança
Outras cores nas paredes
Rabiscadas por crianças

Autógrafos
pra quem viu nos filhos um bom motivo
E entendeu que nomes não serão sempre substantivos

Sentimentos que minhas poesias negam escrever

Já que só vim pra falar dela
E ela pra falar de você, DROGA!

Em notícia, em prosa
Em jazz, em bossa
Em... Lugar onde a vida que for minha seja nossa

É egoísmo mesmo
E quem for contra que fale comigo

Reclame em poesia
E vai estar tudo resolvido

Sem pé nem cabeça
Se tem problema? Claro que não!
Já que pra dar vida a elas
basta que haja coração...

Ponto Parágrafo
Resenha Cícina

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Verso-Viço

É o poder da palavra dita amigo
                             Pense comigo
É o principal motivo pra que eu vá
                                    Mas eu fico

Minha sentença mata ideias de gerico
Eu tenho minhas ideias que, vezes dez, eu triplico
Já fazem uns anos, são esses os planos e eu não explico
Anote o que faço, não faça o que tenho dito

É que não sou contraditório sim!
E me contradigo pelo prazer de contradizer
Um ser que é tão importante pra mim

Estive distante, hoje estou próximo ao fim
Peguei um retorno pra chegar
Na curva mais próxima ao atalho
Procurava um emprego
Hoje estou impregnado no trabalho

-Por favor, um chá de sumiço pra mim e um de cadeira para o meu chefe!
Ele vai ver que todo esse talento não é blefe!

É isso!
Serei maleável como o Carvalho
E resistente como o Caniço...
Vice-Versa
Verso-Viço

Sou pai do fracasso também
Padrasto do filho de ninguém
Viúvo da Mãe Joana
Falando nisso
Faz tempo que o dever não me chama

Tenho dormido com meus direitos
E pelos efeitos, os resultados foram perfeitos
"Dê-os" aos teus defeitos!

Eu vi
Gravei
E lembro antes de dormir!

Disponível em 12/02/2015. 22h42
Gecko Stikers

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Quitando Satisfações

É que ultimamente tenho dormido cedo
E não tenho sentido aquela cólica nos dedos
Tenho vivido o Sol das seis às seis
Tenho perdido a vontade de viver tudo de uma vez

Venho anotando as horas mais tensas
Venho compondo histórias mais densas
É que venho tendo outra perspectiva
E tenho adotado as linhas que, antes, vinham à deriva

Tenho marcada uma tragédia em meu bloco
Tenho degustado as notas que toco
Tenho escrito Nalu no começo
Tenho terminado no mesmo endereço

Na Quadragésima Oitava lei do poder
De uma rua libriana buscado você
Tenho criado motivos pra te questionar
E quando sinto-me vivo, o que faço é deitar

Tenho lido profecias e aceitado convites
E contado minhas piadas aos seus sambas tristes
Tenho escolhido a tattoo que não irei fazer
Tenho subvertido aquela minha vontade de subverter

Disponível em 10/02/2015. 21h17
Educação Pública

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Nó na ca

É que dei um nó corrente na ponta da minha caneta
Pra que dela parasse de escorrer aquelas letras
Pra minha surpresa a tal caneta estourou
E pintou poesias na minha cara a tinta que voou


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Minha, futura, casa.

A minha há de ser rasteira
Contato direto com o chão
Com as portas de madeira
Voltadas ao bom verão

Janelas que eu possa abrir
Até nos dias de chuva
Uma casa que seja estrela
Onde o que é de fora coadjuva

Três metros de pé-direito
Raiz, caule, folha e fruto
Nos galhos uns Sabiás
Fecho os olhos e já escuto

Um canto que seja lar
Pra lá de aconchegante
Que seja perto do mundo
E de tudo seja distante

Disponível em 06/02/2015. 17h07
Nave de Kika

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

§ 6º

Muitas das minhas são
Infladas com ajuda da inspiração
De outro malucos com lápis na mão

Todas as minhas são
Perspectivas ativas com posição.

§ Com posição

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Tiro curto no próprio pé

Na sua cabeça
Começava com
"Era uma vespa"
E lá tinha
Uma história
Com o fio da meada
Representado
Por uma linha
Crespa
Príncipes armados
com bestas
Mas
Quem é mais besta?
Quem se alimenta da Guerra
Ou quem se alimenta e faz sesta?

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Ponta

A depressão que habita a ponta da caneta do poeta
É a garantia de que essa semana a morte bate a meta
Nó na língua, é nossa dívida, então dobre seus pecados
Porque Deus nunca escolheria os capacitados

Jarros que tinham vinho, hoje estão ensaguentados
São parábolas em parágrafos parafraseados
Provisões pra fé, previsões, jejuo à 20 vinte dias
E na noite minha alma alimenta as profecias

Porco e lama, alma e corpo
Hoje recolhi as roupas e o varal
Não choveu, eram águas doces do meu carnaval

Corpo e alma, lama e porco
Hospitalidade sem predefinismo
Vai chover, ela quer viajar, e meu lar é turismo

Disponível em 01/02/2015. 16h36
Ideia Jovem

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

De um papo cabeça, com um cara com sobrenome suspeito.

Com todo o respeito
Tenho que reparar mais no meu jeito
E discernir minhas qualidades
desses meus defeitos
Pra todos os efeitos
É questão de proveito
No meu bolo gosto que
separe massa de confeito

Na hora que me deito
reflito o que é direito
A riqueza do leito
ou a que trago no meu peito

Conheci um sujeito
que tinha um sobrenome bem suspeito
Mas sua insanidade ganhou meu respeito
-O Rei dos reis não é eleito
Me disse ele com ar de satisfeito
Complementou dizendo 
que seu pai não é prefeito
Refiz o meu conceito

Cristo era o sobrenome,
ele disse que cruzara estreitos
Me emprestou metáforas, delas deleito
Ai segurou minha mão
E disse com o coração
Que eu era a restauração
Que ele queria ter feito

Disponível em 29/01/2015. 22h03
Finanças Pessoais

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Migalhas aos pardais

Despejo no jardim
as migalhas de pão que caem
na toalha de mesa do café da manhã
minha mãe não gosta
os pardais sim.

Ah Andréia Hungria
um dia ainda as despejarei
no chão da cozinha...

Disponível em 27/01/2015. 22h28
Vale das Palavras

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Simbióse

Esta é a poesia
Que rapei da panela

Lavei com a bucha da pia
Pendurei na janela

Tratei sua anemia
Com canja e canela

Esperei a melhoria
E entreguei-lhe uma flanela

Pra que polisse meu dia
Com a energia dela

Disponível em 26/01/2015. 23h32
CFB

domingo, 25 de janeiro de 2015

Água em vinho

E se essa alegoria toda não findasse em cinzas
Ou se a Fênix brotasse, e eu falasse em línguas
Todo convite que me leva a casa da criação
Lapida a peça que está nessa pela restauração

E se o milagre da minha fé por mim não fosse quisto
Vim pra afirmar Maomé, assim como Cristo
Todo calor gera força, amor é calor, e milagre é
O que transforma água e vinho, e vinho em vinagre

Me emocionei quando tocou o hino que imaginei no trajeto
Senti a força que sopra vida na face de um feto
Sentei mais perto meu peito dançava a celebração
Criacionismo e Evolucionismo em comunhão...

Disponível em 25/01/2015. 23h19
Ficções Humanas

sábado, 24 de janeiro de 2015

Quando as letras me escrevem

Mas a mágica acontece mesmo,
quando as letras me escrevem

Desempregado? Nunca!
Estou impregnado na antena da tua nuca
Ela capta o que teu lindo olhar ignora
É energia, onda sonora

Mas essa, de fato, é tão alta que
Tuas lindas orelhas imploram pra não ouvir
Quando tua antena capta
teus lábios me suplicam para não proferir

A vidência é um dom, e antes da tua antena, ela é um som

É evidência, tua alma é marrom,
uma mistura de terra
casca de árvore
e bombom

Essa cor menina, capta
Pra esse amor menina? apta
É que o mundo é história trágica
Captou querida? É mágica!

Disponível em 24/01/2015. 21h28
C2 Lado B

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Linha d'água que saiu do meu filtro

Há mais chuva do que lágrimas em meu jardim,
só que em mim
Há um filtro de barro
que separa o que vivo do que narro e bota fim

E nos finais traço sete linhas iguais,
todas com nomes siderais
A minha mão tem só três linhas
mas me alegraria se tivesse mais

Uma Linha do Ão
para que eu cante igual Martinho
Uma linha de chegada
para que eu corra igual Nelsinho

Uma linha como a do Equador
para que eu rode o mundo inteiro
Uma linha de gol sempre aos meus pés,
para que até nos dias de revés, me sagre artilheiro

Disponível em 23/01/2015. 15h46
Pragmatismo

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Sussurrando um suicídio para uma TV desligada

Desliguei a TV e apaguei a luz do banheiro às oito
Mas só dormi depois das duas...

Seis horas tramando meu suicídio
Deu certo, e no outro dia
Acordei bem mais vivo

Meu tempo é progressivo
Meu passatempo é regressivo,
talvez se não fosse
Salvasse vidas
Como a transposição do São Francisco

Decorei pronomes e substantivos
Mas consulto uma lista
Quando preciso usar adjetivos

Tenho dois polos positivos

E um espelho que não reflete o que penso
Mas que cataliza ideias
E que satiriza as rimas que condenso

[Pausa]

No gigantismo das palavras que cercam meu ego
Encontro inspirações para reclamar perdões
em cada uma das cruzes que carrego

[Pausa Dramática}

"Parte de mim"

Disponível em 22/01/2014. 23h39
Fábio

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A rotina de minhas toalhas

No matutino,
penduro no varal as toalhas
com que sequei minhas lágrimas noturnas,
até que,
enquanto vivo minha dívida diurna,
a chuva vespertina
ensopa minhas toalhas.

Disponível em 21/01/2015. 18h00
Meteoropole


domingo, 18 de janeiro de 2015

Meu peito é um tapate

"Vinum intra, subsidant mella, superstet oliva"
"Vinho do meio, mel de baixo, azeite de cima"

Meu peito é um tapete
Para quem se atreva pisar
Só peço que desajeite
Não deixe-o como está

Se quiser deitar, que deite
deleite, podes valsar
Meu peito é um tapete
Não deixe-o como está

Manche-o e faça de enfeite
Decoro, adorno ao teu lar
Afinal se é tapete
Respeite, é pra amarfanhar

O que meu peito propor, aceite
Rejeite se ele enrolar
E assim como bom azeite
O de cima é o bom de provar

Do meio, prove do vinho
De baixo, o puro mel
Meu peito é um tapete
de coro de cascavel

Meu bote é teu arrepio
Certeiro, fino e letal
Onde o sapato de cristal
Que se perdeu não cobriu

Onde teu pé está agora?
Mordida minha retalha
É o frio do fio da navalha
No calcanhar de Natália

Mas meu veneno é agridoce
Meu peito é uma ilha
Há quem enxergue tapete
Há quem caia na armadilha

Disponível em 18/01/2015. 23h41
Dreamstime

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sobre o que quero escrever

Escrever somente
Sobre o que quero escrever
Entende?

Por querer não ser igual, não
Por não querer ser dependente

A gente é o que a gente sente

E nessa Poesiscola
Por hora sou repetente

Pra ler tudo novamente

As Minguantes
E os Poentes

Cada linha
Cada lente

Cada língua
Cada dente

Cada gotinha de Março
Cada Fevereiro quente




*Notas sobre como fugir da temática. Poesia Livre. Ponto Parágrafo

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Parcialmente sem nome

Com vontade de
Sabe quando dá vontade de
Hoje sei, não hesitei
Assim que acordei, parti

Era minha chance e
não haveria outra se 
desperdiçasse talvez eu
morresse em mim

Ignorei hipóteses
Pra sonhos amputados
não há próteses
Sabe os melhores? Então
os meus são desses e

Decidi ir 
Me ligaram
Mas não atendi
Perguntaram se mudei
Respondi. É claro e

Moro, hoje, do meu lado que 
vê sempre coisas boas
Nas palavras, nas paredes
nas pontes e nas pessoas

Desligaram sem 
nem ter entendido
Me lembrei que eu
nem havia atendido

Deu minha hora,
meu minuto e meu motivo
Seu "tchau" 
vai ficar guardado aqui comigo

Mas vou deixá-lo com
meu próximo adeus
Pra que nosso filhos
Emprestem seus nomes à museus

E nossos nomes hão de ser
Nomes de canções que 
irei escrever com a cor da
aura que cerca você

Meu azul-índigo
no seu marrom-glacé
Faltam cinco semanas
pra nascer


Disponível em 15/01/2015, 01h31
Saraisha

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Da série Póstumas

[...]

Busquei ajuda médica
-Preciso rimar da forma correta
O diagnóstico foi claro
Fadado a ser poeta

[...]

Hoje vivo meus últimos dias
Após anos versando a vida cruel
Respiro por aparelhos
Meu lápis e um papel

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Redentor - Linhas de uma viagem ao Rio

Russo e Hendrix
Num som em tom pastel
Tocado aos pés do Papai do Céu
Falando sobre os pés dela
-Que transformam tudo em passarela

     É ela, sou eu
     É erro
     É eu e ela
     É Romeu na história da Cinderela

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Por falta de lápis

Jorrava inspiração pra escrever essa poesia
Mas ela levou meu lápis quando esqueceu a presilha
Meu lápis que tanto fala dela, hoje bacharela. Autêntico
Deixe que os atores xeroquem novela

Frases para que as fotos possam fazer todo sentido
É repetitivo como os amores que ela tem vivido
Tudo já passou, eu aqui, ele ali, elas lá
Sou tirinha, ele filme e irá rebobinar

Para a próxima que assistir, eu pra próxima que olhar
Entender, perceber, subverter e não aceitar
Que está na cara que são quatro gatos só na sala
Se um só olha pro outro ele é o louco que levanta e fala

-Somos quatro gatos nesses meios que prometem fins
Ou sejamos unidade ou seremos tamborins

Um dos gatos olha, outro molha o bigode no leite-em-pó
Pensa "Convencido, tem vontade, eu tenho dó"

Um é solo, um é coro, um é perfeita harmonia
Um é traço, um é ponto, um pingo e um é linha
Um é corte e o que fala não tem sorte no amor e nem no jogo
E a qualidade de guia um dia o fez demagogo

Mas como Sólon e Demóstenes, condutor como cobre
Pra industria elétrica fica métrica e recobre
O traçado, raio que acerta o gelo em pleno ar
Mas, por falta de caneta, essa história não irei contar

Agora volto aos felinos, aos meninos e as galinhas
Citados anteriormente pra quem leu nas entrelinhas
Pra quem se perdeu, já perdeu, não adianta voltar
As palavras escritas antes já habitam outro lugar