domingo, 31 de maio de 2015

Justificando beijos

Minha paixão é estenografada
Meu peito murmura
Mas não fala nada

A cura é alma pura
Pra uma vida mal amada
E seu eu multiplicasse por dez
O que que tenho
Ainda assim, sem amor,
Não teria nada

Na virada em que notei
Que poetas não são exemplos
Pois limitam, com palavras,
Cada um dos sentimentos

Minhas melhores não escrevo
Sinto que devo compartilha-las
Cada beijo que te dou
São poesias em migalhas

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Varal Divino

E Deus pendura a roupa que
Lavamos na noite passada
São as gotas que caem na Terra
Eita chuva abençoada!

terça-feira, 26 de maio de 2015

Konfusão

Quando me aqueço
Cera pinga e vira letra
Meu tato já não difere
Se é vela ou se é caneta

A sobra de luz, assombra
E teima que a vida assopra
Mas cobra quem tira onda
afronta ou inventa moda

Na roda dessa ciranda
Comanda quem bem cantar
Demanda de quem não escreve
Mas risca pra relatar

domingo, 24 de maio de 2015

Acerca de nós II

Ela é uma Louca de Pedra
Eu sou Pedra no Sapato

                            Ela é Selfie no Insta
                            Eu sou Álbum de Retrato

                                                 Ela é Clarice- De Todos Loucos do Mundo, sou Dalsin- Contra Mão
                                                 Eu sou Pimenta e Cominho, ela Sazón de Limão

Ela é Quinta na Descida
Eu sou Subida no Grau

                           Ela é Terra Notícias
                           Eu sou Banca de Jornal

                                                 Ela é Texto Justificado, Eu, Nota de Rodapé
                                                 Sou Long Beach em Português. Ela é Itacaré

terça-feira, 19 de maio de 2015

Órfão de Si

Nenhuma
       escolha é
             boa quando
                   se tem que
                          escolher entre
                                passar o Natal
                                      com a Mãe
                                            ou com o Pai.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Na noite que plantei canções

Um sopro de espírito
Sangra a boca da flauta
Nessa noite minha pauta
É tocar a nota mais alta

Em uma altura em que
a partitura quebre
E eu veja Claves de Sol
Indo ao Sol num Grand Jeté

Ainda falei pra você
É minha vela, manche!
E Virgínia Rodrigues, autorizada
Mandou descer toda falange

Obaloaê. Transforme
em Malê de Balê
Eu fiz tocando o céu
Deixe o que impede, descer

Vim pra jantar teu amor
Entre teus beijos de trufa
Me leve alto até que
nuvens virem pantufas

Menina,
Seu canto nina meu pranto
Notas são netos, certo disso
Em ti habita o melhor que planto

quinta-feira, 14 de maio de 2015

"Que sua arma atire flores"

Meu coração não cabe no teu mundo
Por muitas vezes me confundo 
e deixo a poesia me escrever em verso
No meu sonho te seco e te inundo 
Com um poema oriundo 
de onde se nasce flor e morre-se botão, 
é um serão inverso

Teu perdão enterrei no sal grosso
Daqui pra frente viveremos a Guerra Nupcial
E se insiste em beber do poço, que seca
Não hei de condenar quem peca
antes de afogar-se nesse sal

Uma sesmaria separa os dois lados do meu peito
Contudo, deito e sinto Anjos se afogando em mim
E se compondo encontro respeito
Crivo em meu leito um memorando
Agradecendo a cada Querubim

Ao contrário de você
Comecei a morrer no dia em que nasci
Até que li João e entendi a preposição do filho
Essa canção é arma  na minha mão
mas, pela salvação, eu a desengatilho.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Abella

Tua caneta não tem ponta
                       Tem ferrão
            Pobre de mim que
            Só percebi quando
  A senhorita anotou o fone
                   na minha mão...

domingo, 10 de maio de 2015

Meu ciclo

Sou sistemático
ao ponto não conformar-me
em morrer em outra data
que não seja a do meu aniversário

Essa pulga de findar ciclos
ainda vai me matar

É um círculo linear
Ideia direta

Um traço que deixa dois centímetros de vácuo
Dá total liberdade para escrever, ali no vácuo,
o que bem entender

Não que eu tenha medo de que alguém,
mal intencionado,
possa me descrever

Não que...
eu não confie em ninguém

É que eu não confio em mim
E minha sombra também

Sou psicótico
Minha mão nunca confiou
no meu indicador

Ela acha que ele e as escolhas erradas
Tem um caso de amor

Eu não acho nada

E única coisa que me agrada
mais que um sábado de calor
São dois sábados calientes
Com a serra em minhas costas
E a praia na minha frente

Eu findo meu ciclo na onda
Que vai, vem, volta, fica
Que traz alguém que estica o papo
Pinta, borda, enche o copo
Frita, pica, petisca
e suja o prato

Eu canso de ser "eu de fato"
Então essa semana
Serei "eu de Havaianas"

Não é patrocínio
Se quer, paga a a condução
É que eu abuso, não acuso
Mas recuso imitação

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Vai que...

Guardei na minha gaveta
Tua escova de dentes
Vai que tua boca resolve
Dar outra chance pra gente

Guardei no meu guarda-roupas
Teu lindo e velho pijama
Quem sabe teu corpo resolve
Dar outra chance pra minha cama

Guardei entre meus rabiscos
O verso que te dedico
Vai que você não volta
Ai eu troco o nome e publico...

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Acerca de Nós

Eu sou Tragédia
Ela é Comédia Romântica

                          Ela é Centrífuga e Amaciante
                          Eu sou Tanquinho e Cândida

                                                           Ela é Balada de Terça, Vodka e Água de Coco
                                                           Eu sou Poeta, Caseiro, Atleta e Santo do Pau Oco

Ela é Dama
Eu sou Peão de Xadrez

                         Ela é "Felizes pra sempre"
                         Eu sou o "Era uma vez..."

                                                            Eu sou Espaço Rap. Ela é Tomorrow no Maeda
                                                            Nós somos música e nossa acústica é labareda...

domingo, 3 de maio de 2015