segunda-feira, 27 de abril de 2015

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Poesia de bolso

É que abrigo o mundo em meu bolso
E assim obrigo o mundo a gritar, mas finjo que não ouço

Meu tímpano tem um pano filtra o meu redor
E separa o que me faz bem do que me faria melhor

Admito que repito o que me agrada
E evito conflitos por cargas d'água

Na verdade da fonte que bebo brota
E faz fonte cada mente que a toca

Cada língua vira flecha
Cada brecha vira linha
Cada raio vira dia
Cada abraço vira cama
Cada beijo vira cofre
Cada toque vira chama

Cada um planta o que colhe
Cada um sabe quem ama...

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Dê-os II

Meu EU TE AMO é grande demais para suas aspas
Mas desistir de você seria desistir da minha metade boa

Será que você não se toca que quando eu te toco nossos corpos trocam?

Se eu fosse você parava de fazer jogo duro, estou te dando mole garota
E toda sorte do mundo é pouca, pra que nessas escadas da vida
Minha boca torne a escalar tua boca

O seu agudo, pontiagudo, estourou meu ego inflado
Meu ponto de referência, hoje, é o seu make borrado
Coisa de quem tem dois lados
O de dentro e o de fora, que quase não existe de tão apertado

Eu realmente trago todos os problemas do mundo pro travesseiro
Mas não são nada que não se perca quando seguro nos seus cabelos

Minha razão é profunda
Sua emoção é rasa
E a porta da minha casa
Já sente saudades suas

Meus dedos digitam teu número
Meu prazer é efêmero
Meu despertar é retrógrado
Meu livro é um filme sem gênero

Meu peito livre é enfermo
Minha poesia é um termo
Meu barco odeia meu remo
Meu verso vive num dreno

Enfim, tudo vai bem por aqui, e aquela sua mensagem, eu li
Chorei, me afoguei em lágrimas, sorri e ai respondi

Se eu fosse a Ave Fênix
Morreria água do mar
Só para nascer novamente
Sempre que você chorar

Talvez não pela minha morte
Seria egoísmo bruto
Mas vamos mudar de assunto
Que juntos vamos à Marte

Então fique até mais tarde
Que lhe mostrarei meu início
Compus essa com Vinícius
Para que talvez um dia
Como faço imaginar
Por descuido, ou poesia
Você goste de ficar

E aquela rosa roubada, que lhe dei e tu esqueceu
Mora junto ao bilhete que teu lápis, de olho, escreveu

Aposentei o teu livro, que nem terminei de ler
Era um tal plano de ataque, pra quem só fez defender

E se quer mesmo saber, não existe amor vão
Tudo é complementar, minha seresta e seu serão

No meu peito há uma fresta
Que as vezes vaza poesia
E assim, tudo que me resta
É o amor que perdi um dia

E olha só meu pessimismo
Jantando o que componho
Mas pobre é quem não tem sonho
E sei que estou nos teus
Essa noite falei com Deus
Só pra mudar o sentido
É que ele sempre tem dito
Pra eu dizer o que omito
Não minto, é que aqui não cabe
Mas tolo eu sei que seria
Se ousasse mentir um dia
A quem pergunta o que sabe
Sempre o escutei quieto
Meu dialeto é o silêncio
Mas quando falo o que penso
Perdões alagam meu lago
Amar nunca foi pecado
Meus graves são suas chaves
Abrem teu corpo fechado
Entrega-te ao meu afago
Quando giro a maçaneta
Escorre da minha caneta
Algo que insiste escrever
Nas curvas da tua silhueta
O que me avermelha dizer

Seria fugir do tema
É que meu teorema inunda
Já são cento e vinte partes
E essa ainda é a segunda

Mas findo e nisso sou bom
Dom de quem trata a eternidade
Pra compor em demasia
Poesias até mais tarde

sábado, 11 de abril de 2015

Linhas e Sons

Desatei nós dessa linha da vida
Minha querida nos veremos
Quando positivo for o balanço da vida

Sua alameda é minha avenida
Que ainda dobra mas me cobra
Quando custo encontrar saída

Entre as esquinas do seu labirinto, guio pelo que sinto
Sua certeza me deixa inseguro
Esse é o pretexto já que no silêncio
Eu minto sobre meu futuro

E meus metais serão anéis
Somente quando só teus pés
Levarem-me ao lago
Em que teu afago toque-me em Jazz

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Camila

Ainda moro na noite passada
Onde sua pele quente tatuou a gente
Na nossa roupa amassada
Seria Outono a nossa oitava data?
Em uma nota nossa rota nos faria
Mas, infelizmente, não nos levaria à nada
Risquei seu nome da minha lista de ex-namoradas
Anotei no topo do poema
Dei quarentena ao capítulo
O depositei na conta
De uma poesia que nasceu sem título

(Curto tiro pelo risco de esquecer o futuro do blog enquanto trabalho duro no disco)