segunda-feira, 15 de junho de 2015

(Mais) Uma noite

Ela posou de biquíni na neve
Sem lembrar que me deve
Mas aposto tudo,
se ela não gostar é blefe

Sei que o traço é marco
E ela no barco é fogo
Eu nado se naufrago, e quando flagro
Naufraguei de novo

Seu lábio é pingo no meu copo
Sal na minha tequila
Seu peito no meu peito
É efeito que desfibrila

Ela é a Fé quando o Senhor cochila
É a vez dela então donzelas desfaçam a fila

Ela é a curva quando o vento faz a curva
Ela é o Magma da Terra e a Gota de Chuva

É meu pecado sem perdão
Meu céu e meu serão

Ela é sustância do argumento
Quando meu talento é ostentação

Ela é correção gramatical
Minha rima que não combina o fim da vogal
Já foi minha poesia, hoje é meu sarau
Minha ignorância parafraseando o BUM de um paraFAL

Ela é nota de corte de unha nas minhas costas
Ela é pergunta alternativa mas com justificativa nas respostas
Ela é tímida que me intimida e se mostra
Ela é aposta no vermelho 7 que multiplica por 17 minha aposta

terça-feira, 9 de junho de 2015

Amigas de amigas...

Um bate bola na orla
Eu e a camisa do Barça
Então me solta
Que notei que seu amor
É uma farsa

Eu sou do tipo que escreve
De amores verdadeiros e curtos
Contudo dá pra notar
Que meu amor tem azar
E que meu azar é sortudo

Escolho cara e perco
Escolho coroa, ai a moeda ganha
Escolho a integridade
E, com maldade,
Sua amiga me assanha

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Um doce pro coração

Acho que a liberdade da poesia independe da liberdade do poeta
Mas uma coisa é certa, somente quando cria
O poeta depende da liberdade da poesia

Falo dos seres mais livres do mundo, que se prendem
Quem se preza, separa rima de reza
Eu não separo, nada, coloco tudo numa folha bem untada

E a receita é um doce pro coração...

domingo, 7 de junho de 2015

Cara...

Cara,
Ela é uma flor
E eu te aconselho
Regue-a com amor

Sabe a sementinha?
Como eu queria que fosse minha
Não é olho gordo
Jamais, cada amor é um porto

E do teu lado é terra fértil pra ela
Ela é uma flor, radiante, amarela
Enraizada no teu peito
Ali, pra ela, é perfeito

Sabe, não um "Mal-te-quer"
É elogiá-la quanto mulher
É notá-la entre o buquê
Ela faz isso quando te vê

Ela não é só Caule
Ela é Pétala, Pólen
Pedúnculo, Receptáculo
Ela é um espetáculo

E gosta do teu Sol
Gosta do teu calor
Cara,
Ela é uma flor

sábado, 6 de junho de 2015

Beijo do Anjo

É que às vinte pras três eu entrei em composição
E tua mansa voz cessou minha decomposição
Fale com os olhos e escutarei com o coração
Fale com a pele e escutarei com a palma da mão

Já são mais sete e esse jogo de escreve e rabisca
Me faz peixe livre no mar a trabalhar pela isca
Sou o caco, a corda, o bêbado, o equilibrista
Tu és o Sal, é a Serra, o Mar, a Terra e a Vista

Então contemplo, entro e boto meu rosto em teu colo
Preparo o voo, te beijo, aceno, te deixo e decolo
Volto e te peço, te cerco, te amo, peco e consolo
Tão violenta que procriamos sem protocolo

Sou desse jeito meio gênio meio leigo sem escrúpulo
Distribuindo flores roubadas de um velho túmulo
Vim pela coligação não pela ação de acúmulo
Levando o fardo de acordar com o gosto amargo do lúpulo

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Rango

Me sentindo o Lagarto Rango
Escapando por pouco, debaixo dos carros
Louco, suei na terra, escorreu, virou barro

As ações me fizeram e fazem
Ás na manga, distância da margem

Pergunta e resposta, alternativa errada
Cada um cada, e a estrada me criva
Curvas e um coração à deriva

O mundo priva você. Dá o privê de bandeja
E ainda não sabe se lacrimeja ou se crê?

Plante os joelhos no chão
Leva a boca ao pó
Talvez assim, bem no fim, haja uma salvação

quinta-feira, 4 de junho de 2015

terça-feira, 2 de junho de 2015

Me chamo "Poesia"

Tem gente que tem nome de apelido
Aqui cito Amelie, Josie e, principalmente, Guido
Pro meu filho favorito, já tenho nome escolhido
Pra que viva de AMAR  hão de chamá-lo AMARildo

E pra que seja um bom marido
Será o príncipe da Ana
Que carrega até no nome
O finalzinho da semana
Imagem por/ Folha Fatimense
Arte por/ Resenha Cínica

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Abrolhos

Pra que eu possa navegar
Entre as estrelas do mar
Quem sabe tê-las em teu corpo
Onde eu possa tocar

Amar
Até que o coração fique farto
Ou até que seu batom
Manche as velas do meu barco

Com o vermelho mais rubro
Te devoro, te estudo
és tudo é

Meu coração vagabundo
Em tudo vê pares
Naveguei Sate Mares, à sóis

Até Abrolhos, pra que teus olhos sejam faróis