terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Ontem virei poesia

Ontem virei poesia, óbvio que foi sextilha
Hoje é sábado, amanhã é uma ilha
Cada traço é uma trilha
Sinto que meu olho brilha, já era.
Acaba de nascer outra filha.                                                       Mais uma.

As linhas de seu rosto são letras
Tua silhueta é estrofe
Teu coração é um planeta
Que cabe dentro d'um cofre

Seu riso é ditongo aberto
Seu abraço é um aperto
Sua estima é rima métrica
Seu sim, pra mim, é concerto.      Doce.

Conserta
Se fosse remédio
Seria antibiótico
Me traz doze horas de paz
Em meio ao mundo caótico

Eu metódico, você simpática
Eu estou ótimo, você está mágica.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Desesperada

Essa poesia veio da minha barriga
Aliás de um frio na barriga
-porque eu não tenho útero
Foi fecundada num coito
Às oito de um dia útil

Não era dia de sorte
Ele me pegou forte
Sem minha permissão

Na minha estima fez cortes
Quando me incluiu no corte
E me mostrou a demissão

Foi duro, com as palavras
Me trava, só de lembrar

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Amor é uma droga

Cêis tão caindo de amor?
O amor que sinto me ergue
Estou entregue, não minto
Absinto é uma droga leve
Experimenta usar um tinto
Com quem te ama e merece
Injeta ocitocina na veia
É aí que o estrago acontece

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Índia

Nosso beijo foi tão quente até o farol se abriu
Quem viu o nosso amor através do vidro acelerou o carro e partiu
O mundo já partiu meu coração, mas o toque da sua mão juntou
Agora é tudo no seu nome então vê se não some e passa em casa pra jantar comigo
E dormir comigo, ter filhos comigo que a cena de perigo já passou, agora é só amor
Índia amo teus cabelos nos ombros caídos, teu sorriso lindo e teu cheio doce no meu coberto

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Poesia Aberta...

Essa é uma poesia aberta, escancarada
Contém o dedinho de cada, pessoa amada
Que passou por mim, ficou em mim
Aqui contém minha melhor parte
E a pior parte de mim
Assim, contando gotas
Homens, garotas, mulheres, meninos
Beijos caninos, arranhões felinos
Tem os ditados que minha avó falou errado
E os tombos de moto do meu irmão
Aqui mora meu tio do culto
E minha tia da comunhão
Aqui tem a mão do menino da quitanda
Da menina que me olha da varanda
Da Luíza, da Laísa e da Fernanda
Tem o Nic, o Marcelo e o Mané
Tem o abraço do Vine, a piada do Dé
Tem bate-volta na praia, eu atrasado pro trabalho
Tem espeto de cachorro, tem o canto do canário
Tem minha casa de cenário, meu quarto de porto
O meu motivo pra viver e meu motivo pra estar morto
Estou contando as coisas importantes que já coloquei
Lembrando um milhão de coisas importantes que ainda não citei...