terça-feira, 30 de setembro de 2014

Pede moleque!

Cura de queijo
Pé de moça
Dedo no machucado
do menino mimado
estirante
estilingue
pipoca
Bolim de Chuva em dia de Sol
Tripa de mico
Cerol

"Conta até 70!"

"Chuta fraco!"

"Cala-boca já morreu!"

Éramos mundos
e hoje mudos
em mundos meus

Será que os planos correram?
Será que a bola sumiu?
Será que perdemos força?
Ou será mais um dia frio?

Bom pra ler num lugar bom
E esse lugar talvez seja
uns treze anos no passado
Numa roda no pátio com a garota do lado...

O sonho era ser grande
Dimensão não existia
e hoje renova meu começo
a cada novo santo dia

Benção!


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Com sinônimos celeridade e eficácia

Pra que todo assento seja preferencial
é necessário que todo acento seja preferencial,
burocracia não é inteligência
e a educação não deve ser burocrática...

domingo, 28 de setembro de 2014

Crime Passional

O beijo roubado
O flerte que cega
A mão que escorrega
O sussurro que arrepia
O cansaço sexista
O gemido saxofonista
igual um jazz

O suor da cabeça aos pés
O arranhão nas costas. sublime

Tem vestígios da minha carne nas suas unhas, é crime!

O doce palavrão
A Tara e a Luxúria

A fúria
O amor selvagem

A promessa de ser pra sempre dizendo "Estou de passagem!"

A coragem e o medo
O ato público e o segredo

A falsa fidelidade
O T da corrupção
Que atiça com carne alheia
Pra ver tua reação

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Do primeiro Sol dessa primavera

O Sol apareceu com um S maior
Com um O mais redondo
E um L mais livre

O vento é de cetim
As folhas são de veludo
O chão é ortopédico

O pé que calejou no sapato 36
Hoje pode sentir o friozinho da terra fofa

A semente germina

O pão caiu com a manteiga pra cima
No despertador, ainda que cedinho,
Tocou aquela favorita
Minha mãe amanheceu mais bonita

Será que quem me desejou esse Bom Dia
Imaginou o bem que me faria?

domingo, 21 de setembro de 2014

Certeza

Talvez eu me encontre pela semana
em uma gota de chuva, em um olhar maquiado

Talvez eu pare, talvez não
talvez já esteja parado

Talvez eu seja beijado
talvez eu seja assaltado
ou então os dois juntos
num beijo roubado

Talvez eu ganhe cascalho
de certo terei trabalho

Talvez eu perca a vergonha
Talvez eu perca o horário
Talvez eu ganhe a corrida
Talvez eu ganhe um desconto
Talvez chegarei à Trípoli
Talvez eu fique em Toronto
Talvez eu conte
Talvez mantenha em segredo
Talvez eu viva de amor
Talvez eu morra de medo
Talvez eu siga o enredo
Talvez eu crie o momento
Talvez eu viva na história
Talvez eu morra no tempo

Talvez você entenda
Talvez pense que sim
Talvez não sirva aos outros
Talvez se encaixe em mim

Talvez...

sábado, 20 de setembro de 2014

É que perdão...

Se você sofre guarde o coração num cofre
Sou ladrão, uso refrão e revólver
Nunca pedi seu telefone, pedi sua compreensão
Pedi um beijo e após, pedi que soltasse minha mão
É que perdão é frustrante
e frustração não combina com o restante de mim
Sou um mosaico de cartão, camomila, cravo, carvão
cominho, canela e capim cristão, talvez não
e, no entanto, é capim santo e com razão
Ela me beija com os olhos, ela me olha com os dedos
A vida é bela e por ela meus sambas viram enredos
Orai por nós princesa antes de se deitar
Daqui irei orar
Não que eu precise ser salvo
É que preciso salvar

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Café evasivo da manhã

Com os olhos do primeiro amor fez um anel
com as lágrimas fez coquetel
Embeleza e embriaga
Pra não levar mágoa, leva sal
E se ela fosse pontual
seria um ponto final
na notícia
da manchete
do primeiro dia
do jornal

domingo, 14 de setembro de 2014

Pra esse domingo

Uma dose do amargo
meu cargo é vitalício
Uma parte vai com o Marcos
Outra fica com o Vinícius

É domingo e eu nem vi
sou maior do que era
É o fim pra quem espera
a besta matar a fera

Coloque o sonho no chapéu
coloque o chapéu na cabeça
trace o plano e vá na frente
na frente, nunca esqueça

Um dia por rascunho
troco a obra por olhares
não por tetos, gosto de estrelas
mas trocaria por lares

Minha felicidade pinga
e borra sua carta triste
mas se você me permite
sua janela tem conjuntivite

Sou doutor de janela
mágico de fresta
e se seu mundo é resumo
resumi-lo é o que resta





sábado, 13 de setembro de 2014

Lapizando

Lapizei o que sentia e vinha
Vi a pedra fria na espinha
Comer caco de perdão
E engasgar com agonia

Uma bala pra morte
Um corte na vertical
O pulso para e o sangue jorra
Mas ainda estou legal

Talvez tenha morrido
Quando ninguém me olhava
Onde você estava?
Amores infinitos, quem jurava?

Mas já fiz mais drama
E sem promoção
Pela salvação coloquei
um pouco de pecado na oração

Não era eu não
Mas queria garantia
De cama quente
De água fria

Ligue pro céu e
faça uma ouvidoria
Diz que a fatura do seu pecado
é débito do Hungria

Diga que fale comigo
E minta que não estou
Se baterem na porta
Diga que a chave quebrou

Ou que cavei um buraco
com a pá do ventilador
é muito amor princesa
é muito amor

A Aliança não vai só no dedo
Não serei tão profundista
O seu nome vai na dele
Na sua vai uma lista

Sabedoria mista
Deu choque na sala
Deu cheque na pista
E eu, mala, disse 'não' pra trapezista

Meu voo é livre
Inclusive de artista
Meu lápis pinta e borda
Não risca

Veja onde chegamos
É invisível de onde partimos
E hoje somos, só
Só... rimos!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Sobre a peça

Topázio, Virginiana
Emana o que meu espírito clama
Chega de drama
Dama, são novos planos
É nossa hora, vamos?

Romântica
Como Bom Deus fez
Pelos seus e meus
Sejamos reis

Em uma história com
"Felizes pra sempre" no começo
Eu mereço Pai
Eu faço e pago o preço

Ai de que quem não
Eu não tive chance e disposição
Tive dedicação

Só seja
Bela veja
Heresia
Trazer o pão de cada dia

Fica com a culpa e com o calo
Fica com o General que tortura Paulo

Fico com a Pedra
Topázio pra vida inteira
Seja bem vinda
É segunda-feira


domingo, 7 de setembro de 2014

Coitados

Num triângulo todos são ponta

Da Onda

Minha melhor piada
mal contada pra ser boa
Minha melhor vida
perdida vivida à toa

Minha toalha bordada
com um nome que nunca vi
Minha enxada sem cabo
prova que nunca carpi

Não plantei flores

Gosto de e principalmente
respeito o mato
A mãe natureza o colocou ali
Tirá-lo me soa desacato

Respeito a liberdade
outros casos me chateiam
Vim pra ser marco e taco-pau
Nos carrinhos que não freiam

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Eu, particularmente

Paralela a janela dormia a primavera
Considera sono de beleza o sono dela
O despertador era o galo
O travesseiro era a leitoa
Saia rum do chuveiro
E do ralo só música boa

Uma tatuagem de Drummond
Um esqueiro velho e um bombom
Duas pupilas de lata
E uma bata de teflon

Curiosa prima
Verá a rima
Escrita sem rodeio
Coloca a flor num tijolo
E me manda tudo por e-mail

"É que eu já tô de saco cheio!"

E quando piso no freio a ladeira berra
é marcosdominaterra.com.me erra

Minha garrafa de água quente
Meu alho sem dente
Minha poesia sem nexo
Minha laranja sem tampa
No rádio "Côncavo e Convexo"

Calma primo!

Baianinha cozinha
Cearense comenta
Maranhense procura
E a caipirinha não aguenta...

É muita pimenta!

Tenta de novo
Lê de novo
Até desiste de novo
Só não encoste seu escargot
na minha farofa de ovo
... É que eu tenho nojo...

Coisa minha...






quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Hora são

Tem pele na agulha da sua bala
Tem incêndio na sala
Era um incenso na sala
Olha a chama no sofá
Eu vou botar a culpa em quem
recusou-se a olhar
Ainda avisei

-Vou meditar,
se eu esquecer de voltar
faça o favor de cuidar
pra chama não se alastrar
pode mandar me chamar

Até senti um calor
Mas lembrei que é verão

Pensei

"Hoje verão toda a profundidade da minha meditação"

Peguei a brasa com a mão
Mergulhei na plenitude
Queimei a brasa com a mão

Minha causa veio ao chão
Brasa queimada é razão
Emoção queimada é carvão

O fumacê já afeta a minha percepção

Soltei a brasa
Soltaram um berro

Pensei

"Hoje verão que sou humano e erro"

Esta errado então
Pensaram ser minha função
Manter a calma
Apagar o incêndio e
queimar a brasa com a mão

Sem senso de direção

Amarrei o tempo e o espaço
Com a linha da vida dei um laço
E a chama fez um quadrado na sala
usando um compasso

Tinha um quadrado de fogo na casa
E a chama implorando
pra eu não queima-la igual a brasa

Era minha hora, eu orando
com uma vela acesa numa vasilha rasa
e a cera da vela se espalhando na casa
A morte nunca se atrasa
Nem se adianta
E assim me esperou no portão...
Jogando cinza nas plantas

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Dê-os

Nosso romance é longo demais para ser contado numa noite só
Então eu peço outra cerveja e vejo as cordas da viola darem nó

Nossa história não é de amor
Nosso sabor é menta
O tempo todo é nosso
Eu sou seu
E você é livre

Inclusive pra ser minha se quiser

Suas depressões tem minha assinatura
Sua cor é uma mistura dos meus pesadelos com água de cachoeira

Minha ressaca tem gosto de você

Toda vez que faço um plano, te escuto sussurrando em meu ouvido
-Vai dar errado...

Meu plano é perfeito
E pelo arrepio que sinto com seu sussurro tenho a certeza de que vai dar certo

Meu plano é ter você por perto

Nossa foto mais bonita é de uma paisagem, que nós não estamos

Nossos sonhos estão divididos em turnos
Você trabalha seis por um... Eu sou esse Um que nunca chega

Eu não trabalho por escala, trabalho por escolha.
Escolhi vender pedaços meus
Não rins ou córneas
Vendo pedaços como esse
Isso é um pedaço meu e vai te custar caro

O bilhete com seu telefone ainda está na minha carteira,
junto com o brinco que você perdeu o par. Não sairão de lá tão cedo.

Sobre a aliança que comprei quando terminamos...
Não era pra você
Era pra minha solidão, ela nunca me abandonaria.

Sobre os nomes que escolhemos para nossos filhos...
Dê-os aos filhotes da gata Lolla... Ah Lolla... continuo preferindo porcos!

Sobre a poesia que escrevi aquela noite na sua varanda...
Ela vai permanecer dentro de mim
Assim como os pedaço de maçã do meu vinho quente estão dentro de você

Você não tomou o vinho... mas comeu as maças


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Noitinha

Uma garota me disse
Que o futuro tem luzes
Um arco preto e alguém...
Com o mesmo nome que eu
Olhando pro outro lado

O lado que é passado
Que é superado e cansado
Onde o tempo parou
Onde o amanhã é pecado

Onde a surpresa intriga
Onde a barriga não ronca
Onde a prova dos nove
Não é a prova da conta

Nos livros lidos por ela
E alguns escritos por mim
O hoje cheira Hortelã
O amanhã cheira Alecrim

Minha roupa é da mesma cor
Minha boca do mesmo amor
E eu sou da situação
Que ninguém há de se opor

Manu curia quem vai
E não garante quem chega
O futuro numa tigela
Ovos, farinha e manteiga

Tem chocolate no futuro Manu?
-Tem muito!

E morango?
-Ô!

A que futuro perfeito
Meu peito livre de medo
Cavando terra com as mãos
Vida na ponta dos dedos

Mas até o dia tem tombo
E sem o apoio da grade
A que futuro danado
Que já me deixa saudade...