sábado, 13 de setembro de 2014

Lapizando

Lapizei o que sentia e vinha
Vi a pedra fria na espinha
Comer caco de perdão
E engasgar com agonia

Uma bala pra morte
Um corte na vertical
O pulso para e o sangue jorra
Mas ainda estou legal

Talvez tenha morrido
Quando ninguém me olhava
Onde você estava?
Amores infinitos, quem jurava?

Mas já fiz mais drama
E sem promoção
Pela salvação coloquei
um pouco de pecado na oração

Não era eu não
Mas queria garantia
De cama quente
De água fria

Ligue pro céu e
faça uma ouvidoria
Diz que a fatura do seu pecado
é débito do Hungria

Diga que fale comigo
E minta que não estou
Se baterem na porta
Diga que a chave quebrou

Ou que cavei um buraco
com a pá do ventilador
é muito amor princesa
é muito amor

A Aliança não vai só no dedo
Não serei tão profundista
O seu nome vai na dele
Na sua vai uma lista

Sabedoria mista
Deu choque na sala
Deu cheque na pista
E eu, mala, disse 'não' pra trapezista

Meu voo é livre
Inclusive de artista
Meu lápis pinta e borda
Não risca

Veja onde chegamos
É invisível de onde partimos
E hoje somos, só
Só... rimos!

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