- Plantar uma árvore
- Criar um filho
- Escrever um livro
- Plantar um filho
- Criar um livro
- Escrever uma árvore
- Plantar um livro
- Criar uma árvore
- Escrever um filho
- Arborizar a escrita
- Filiar uma planta
- Livrar a criação
Sou tão rico que esses dias O Governo Federal Baixou um app me pedindo Auxílio Emergencial Pra eles não falta grana O que falta é bom senso Pra acabar com essa pobreza De ver o choro e vender lenço
Se até pro pranto tem custo Não tomem susto ao me ver Fazendo o irmão chorar Pra no fim eu enriquecer Isso é matemática básica Pra garantir cesta básica Então redistribuam renda Pra evitar uma sexta trágica
Do pranto pinta um poema; Pincela à pena, vale a pena
Problema é pequeno perto do prisma que propaga poesia serena
Serenata aos olhos que são janela da alma, calma!
Tá nascendo um poema...
Trabalho de parto de quem parte às cinco pro trampo
Alimenta as crias e ara os campos, se suja de graxa, de tinta,
Mas tem ficha limpa, dirige, constrói, cozinha, garimpa
Atende, entrega, recolhe, injeta, borda, quando sobra um tempo, recita!
Carrega uma versinho na ponta da língua, caso azede a marmita
Como essa gente é bonita!
Poesia escrita na piaçava da vassoura, que varre ao redor da guarita
Poesia que finta a pobreza, se senta a mesa e agradece a vida
Poesia que brinda o suco de saquinho, que erra na água e acerta no carinho
Bolinho de chuva, formiga-faraó no pote de de açúcar
Mas aqui ninguém tem rei na barriga
Minha coroa trabalha na casa dessa gente rica
Explica, que só o dinheiro não significa
Precisa ter fibra, ser alegre! Precisa ter febre de mudança!
Precisa de um potão de conserva cheinho de esperança
Aqui se mata o leão, com um mata-leão, pra não acordar as crianças.
Vida de cão, sete anos em um, morri de velhice aos catorze
Cria de onde a morte afia a foice
Era a selva e eu filhote
Sonhei com peixinho
Depois com bode
Garoupa pra ter roupas
Leoas na garoupa
Tive visão quando abri mão das lupas
Os pesadelos que tenho acordado já são piores que os que tive dormindo
Minha hora tá vindo, só quero que lembrem de mim como um cara engraçado
Amo ver os teus olhos fechados no instante exato em que está sorrindo
O que me tirou do aperto nos últimos dias foi teu riso largo
O fardo que levo nem é tão pesado, isso me faz crer que sou fraco
Quebrado ao ponto de caco, mas é natural pra um vaso de barro
Do barro eu vim, do bairro que um vim a Esperança está no logradouro
Compram nossa fé com migalhas pra nos revendê-la a peso de ouro
Eu pago o preço, eu levo o peso, isso me faz crer que sou forte
Da escola que vim a falta de dinheiro machuca, o Real é nossa nota de corte
O telefone do céu é a oração, depressão é o momento em que chega um trote
Minha linha se quer tem chamado nos últimos dias, talvez seja sorte