segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Sarau da Saúva - Salva operária que canta.

 Do pranto pinta um poema; Pincela à pena, vale a pena

Problema é pequeno perto do prisma que propaga poesia serena

Serenata aos olhos que são janela da alma, calma!

Tá nascendo um poema...

Trabalho de parto de quem parte às cinco pro trampo

Alimenta as crias e ara os campos, se suja de graxa, de tinta,

Mas tem ficha limpa, dirige, constrói, cozinha, garimpa

Atende, entrega, recolhe, injeta, borda, quando sobra um tempo, recita!

Carrega uma versinho na ponta da língua, caso azede a marmita

Como essa gente é bonita!

Poesia escrita na piaçava da vassoura, que varre ao redor da guarita

Poesia que finta a pobreza, se senta a mesa e agradece a vida

Poesia que brinda o suco de saquinho, que erra na água e acerta no carinho

Bolinho de chuva, formiga-faraó no pote de de açúcar

Mas aqui ninguém tem rei na barriga

Minha coroa trabalha na casa dessa gente rica

Explica, que só o dinheiro não significa

Precisa ter fibra, ser alegre! Precisa ter febre de mudança!

Precisa de um potão de conserva cheinho de esperança

Aqui se mata o leão, com um mata-leão, pra não acordar as crianças.

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