domingo, 10 de maio de 2015

Meu ciclo

Sou sistemático
ao ponto não conformar-me
em morrer em outra data
que não seja a do meu aniversário

Essa pulga de findar ciclos
ainda vai me matar

É um círculo linear
Ideia direta

Um traço que deixa dois centímetros de vácuo
Dá total liberdade para escrever, ali no vácuo,
o que bem entender

Não que eu tenha medo de que alguém,
mal intencionado,
possa me descrever

Não que...
eu não confie em ninguém

É que eu não confio em mim
E minha sombra também

Sou psicótico
Minha mão nunca confiou
no meu indicador

Ela acha que ele e as escolhas erradas
Tem um caso de amor

Eu não acho nada

E única coisa que me agrada
mais que um sábado de calor
São dois sábados calientes
Com a serra em minhas costas
E a praia na minha frente

Eu findo meu ciclo na onda
Que vai, vem, volta, fica
Que traz alguém que estica o papo
Pinta, borda, enche o copo
Frita, pica, petisca
e suja o prato

Eu canso de ser "eu de fato"
Então essa semana
Serei "eu de Havaianas"

Não é patrocínio
Se quer, paga a a condução
É que eu abuso, não acuso
Mas recuso imitação

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