segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Por falta de lápis

Jorrava inspiração pra escrever essa poesia
Mas ela levou meu lápis quando esqueceu a presilha
Meu lápis que tanto fala dela, hoje bacharela. Autêntico
Deixe que os atores xeroquem novela

Frases para que as fotos possam fazer todo sentido
É repetitivo como os amores que ela tem vivido
Tudo já passou, eu aqui, ele ali, elas lá
Sou tirinha, ele filme e irá rebobinar

Para a próxima que assistir, eu pra próxima que olhar
Entender, perceber, subverter e não aceitar
Que está na cara que são quatro gatos só na sala
Se um só olha pro outro ele é o louco que levanta e fala

-Somos quatro gatos nesses meios que prometem fins
Ou sejamos unidade ou seremos tamborins

Um dos gatos olha, outro molha o bigode no leite-em-pó
Pensa "Convencido, tem vontade, eu tenho dó"

Um é solo, um é coro, um é perfeita harmonia
Um é traço, um é ponto, um pingo e um é linha
Um é corte e o que fala não tem sorte no amor e nem no jogo
E a qualidade de guia um dia o fez demagogo

Mas como Sólon e Demóstenes, condutor como cobre
Pra industria elétrica fica métrica e recobre
O traçado, raio que acerta o gelo em pleno ar
Mas, por falta de caneta, essa história não irei contar

Agora volto aos felinos, aos meninos e as galinhas
Citados anteriormente pra quem leu nas entrelinhas
Pra quem se perdeu, já perdeu, não adianta voltar
As palavras escritas antes já habitam outro lugar

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