quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Duas mil e quinze

Confesso que medo sinto
Do ano que finda em cinco
Pois antes passei pra onze de dez
E sob os pés, sólido nenhum
Como pedinte me sinto
Porque o seguinte de vinte é vinte e um
Ai mais um peso, mais, mais uma carga
Mais uma corrente que me prende
na mente que não me larga
Mais um milhão e meio
de devaneios por minuto
Mais um surto por hora
Mais uma chance de ficar,
que eu vou desperdiçar, indo embora
Mais uma moça ou duas, três
Quem lá vai saber?
Mais uma que farei chorar
Tentando não fazer sofrer
Mais uma chance de errar
E essas executei com proveito
Mais uma chance pra tirar
essa angústia do peito
Mas o que será de mim
sem a parte que inspira arte em mim?
Ainda é tarde e daqui pra frente
vai ser sempre assim
É tarde pra gente mais volte sempre
que sentir nosso amor rente ao fim
Passei em frente tua casa
Vi teu portão não teu olhar
E essa é a razão que em vão me fará voltar

Eu vou voltar

Pra ver teu 48 no mesmo lugar
É prata que no amarelo ouro faz contrastar
Como minha neurose
na serenidade do teu olhar
E no cinza da lua que governa Câncer
Encontrei minha última chance
Essa minha última chance

Posso ser Baggio não plágio
Ou Caravaggio, vi barroco na lata
Não vou falar por lembrar
Que já falei na hora errada
Meu verso botou curativo no
coração ferido de Romeu
quando perdeu Julieta
Que por sua vez feriu o meu
Ai meu sangue escorreu no...
BrancodasaiaquecobreascoxasdeCarolina
Essa menina bebeu
Essa vampira bebeu
E quando deitou em meu lençol
sentindo inveja o Sol nasceu

Ainda estou do lado errado
Ou melhor
Estou do meu
Compondo letras sobre b* que a Globo não vendeu
Escreva tudo o que sente
E quando sentir algo impossível de escrever
Entenda, esse é motivo
de eu não compor sobre você
Botei teus anéis na pauta
Senti falta dos teus dedos
Escrevendo em minhas costas
Com as unhas sambas-enredo
Com uma guitarra solista
E uma passista rockeira cantando
"Esqueça-me baby, mas me possua inteira"

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