sábado, 27 de dezembro de 2014

Bagunçacidade

Eu estava meio pra lá
Um ponto e meio pra lá
Fiz um rodeio com Juliana no meio
E tô inteiro pra lá
Meu copo cheio não dá

Então vá enchendo até o momento de transbordar
Dois dedos e meio pra lá

A borda é lisa e minha camisa não precisa passar
É que o tecido é parecido com o do seu vestido grená

Vim pra te ver debutar
Aos vinte e três debutar
Usando um verbo
Que eu, lerdo, já nem sei conjugar

Assine o branco manchado
Desse meu olhar perturbado
E te dou a sentença de ter
Minha presença ao teu lado

Nas noites frias e nos dias céu azul ensolarado
Olhe teu lago e no cais, verás a paz do meu barco

Meu caderno embriagado
Eu canto embriagado
Não dei um gole
mas mole é quem deu o gole errado

E se elas gostam assim
Você não gosta assim
É que no pico do baile
você deu as costas pra mim

E se é a linha que separa o mar da terra
todo mundo erra, viu todo mundo erra

Minha carteira faz eco
E seu xaveco efeito
Se eu peco sou o predileto
Nem tão esperto ou perfeito

Meu jeito certo é furada
Eu não sou flor de perfume
Eu sou revolta na lata
A rebelião do cardume

Sardinha em ordem é progresso
E já nem meço saudade
Estou do lado errado
Dessa "bagunçacidade"

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