Pelo pecado de verbo
Pronunciado sem tato
Herdo sentado um teto
E um amor mal amado
Crivo na pele uma prosa
Para que possa provar
O doce do suco da boca
É que me vai saciar
Sede de água do mar
Cedo para despedida
Sedo pra ver o grasnar
Da minha ave querida
Uma luz vermelha que gira
Pouco telhado, um cometa
Neologia aspirada
Inspirada de uma caneta
Estou virado de ontem
Contem quatro madrugadas
E só verão que contém
Verão e poucas geadas
E por poucas namoradas
Virei um mero detalhe
Uma folha branca pra afagos
Mas fadas podem ler braile
Furo na guela pra que ela respire
Traqueostomia
Cravina tapa a marca
Marca que eu não taparia
Minha vida é marca e vinco
Afinco na declaração
Vou descompondo um poema
Entre vinho, queijo e pão
Nenhum comentário:
Postar um comentário