domingo, 22 de março de 2015

Na pista da minha manga

Ela posou na manga do meu terno
Eu disse
-Chica. Isso justifica o nosso medo do inferno

Minha letra é borro na tua seda
Teu fogo é labareda

E nosso jogo vale uma viagem que não chega

O seu decoro é estouro no meu edredom
Me revigoro quando ancoro nesse mar marrom

Que morram coerências, enforquem-se nas certezas
Para que a beleza tenha consciência
E minha paciência te traga realeza

Ao contrário do que frisava
Não precisava de preza
Mas minha pressa te atrasava na conversa

Então a hora é essa
A hora é essa...

Adiantei o meu relógio
Mas não adiantou
Ela pousou na minha manga
Mas já decolou

Agora dos traços faço linhas
E nos espaços deposito minhas
Esperanças vencidas pra que outras vidas
Cruzem a nado o que o cajado decretou milagre
Se fosse só por arrependimento não choraria vinagre

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