Ela posou na manga do meu terno
Eu disse
-Chica. Isso justifica o nosso medo do inferno
Minha letra é borro na tua seda
Teu fogo é labareda
E nosso jogo vale uma viagem que não chega
O seu decoro é estouro no meu edredom
Me revigoro quando ancoro nesse mar marrom
Que morram coerências, enforquem-se nas certezas
Para que a beleza tenha consciência
E minha paciência te traga realeza
Ao contrário do que frisava
Não precisava de preza
Mas minha pressa te atrasava na conversa
Então a hora é essa
A hora é essa...
Adiantei o meu relógio
Mas não adiantou
Ela pousou na minha manga
Mas já decolou
Agora dos traços faço linhas
E nos espaços deposito minhas
Esperanças vencidas pra que outras vidas
Cruzem a nado o que o cajado decretou milagre
Se fosse só por arrependimento não choraria vinagre
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