terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

AHS #1

Ela tem ranhuras no ego, cicatrizes com o formato dos frutos de seu ventre. Seus dedos, bonitos e tortos, tocam semblantes como plumas ou chamas jamais tocariam. Leva no ombro direito os acertos da sua história, e no esquerdo todos os desacertos da história da humanidade. Ela é metade mãe, metade pai. Quando os Querubins temem a ineficácia das orações, encontram na fé dela combustível para seu credo. Tem cheiro do gostinho de fruta direito do pé. E por falar em pé, talvez seus pés sejam o centro gravitacional da Terra. Talvez o que faria o planeta se perder na imensidão cósmica das galáxias não seja tão importante, quanto a importância, de ela estar inserida ali, bem naquele exato pedacinho do macro-cosmo. Talvez a Terra seja um satélite dela. Algo me faz crer que Deus anota cada palavra que ela pronuncia e acrescenta juros para cobrá-la no Dia do Juízo, para assim, talvez, equilibrar o balancete, ela tem créditos com Deus. Suas parábolas dariam uma Bíblia. A natureza encontrou na sua "pressão-baixa", uma forma de compensá-la por todas as vezes que a cobrou ações tão precisas em momentos de tanta pressão. Seus carinhos são abstratos. Ela é a flor que ainda resta do Jardim do Éden, sim ela é testemunha do pecado e cúmplice do amor. O Sol só nasce quando morre de saudades dela. Ela motiva exércitos a abaixar suas armas, levantar suas cabeças e pedir perdão sem que se sintam culpados, pois quando ela caminha causa guerras. Tenho uma foto com ela, e acredito que essa seja a única que foto que eu realmente tenho. As estrelas brilham para chamar sua atenção e fracassam. 

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