segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Ditados de Florêncio

E sempre que eu pedia um trocado, ouvia:
-Tô mais duro que pau de tarado!
Meu vô dizia e sorria, eu, menino de oito, nunca entenderia

Cresci, vi Dona Maria chorando ao sentir remorso
Quase virou viúva, só não pela coincidência
É que com quinze de antecedência ela assinou o divórcio

E hoje penso, encafifado.
Será que meu Vô Florêncio sorri ao ver o neto, duro,
doze anos ao futuro, entender os seus ditados?

Tem semente que não se planta, mas se colhe
Parente e família a gente não escolhe, mas ama
E cada dia da semana
Aguinaldo, Andréia, Renan ou Flavinha
Recitam alguma linha
Antes de reinar o silêncio
Que levam memória minha
Aos ditados de Florêncio

Hoje escrevo poesia, sonhando com o Santo Dia
Que usarei de forma eficaz, ditados tão geniais
Quanto os que meu avô deixou pra trás...

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